Cerca de três mil pessoas que trabalham na área da saúde podem entrar em greve. Entre os motivos estão as perdas salariais, a jornada de trabalho e a diminuição do direito a creche. Na tarde de hoje eles realizam uma assembleia geral da categoria para decidir qual será o rumo que a mobilização irá tomar.
Na última sexta-feira (20) uma paralisação de funcionários aconteceu no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). A presidente do Sindicato da Saúde de Passo Fundo, Terezinha Derissinoto, explica que a insatisfação da categoria inclui três fatores principais. “Estamos há muitos anos sem ter uma negociação coletiva com o sindicato patronal. Tem uma perda salarial muito grande, a questão da jornada de trabalho, e principalmente a questão da creche. A patronal não aceita mais nas convenções a creche até os seis anos como tínhamos. Então a proposta deles é creche até seis meses embora digam que vão manter a creche, mas não dá pra dizer que vão manter se não está na pauta da convenção”, alerta.
Quanto a atualização da remuneração eles pedem o índice da inflação mais as perdas acumuladas nos últimos anos que somados chegam a 15%. “Até agora só o HSVP se manifestou dando 8% e isso gerou um descontentamento muito grande dentro do hospital”, revela Terezinha. Hoje acontecem duas reuniões às 13h30 e às 19h30 na sede do sindicato para decidir sobre o início da greve ou se serão mantidas paralisações relâmpago como a da última sexta-feira. “Enquanto sindicato, estamos aqui para encaminhar o que a categoria decidir”, acrescenta. Existe também uma mobilização interna dos funcionários do Hospital da Cidade (HC).
Em Passo Fundo, apenas o HC e o HSVP reúnem cerca de três mil trabalhadores entre auxiliares, técnicos de enfermagem, serviços de apoio e setores administrativos. O sindicato da categoria encaminhou comunicado para os órgãos públicos e para os hospitais pedindo uma reunião antes da assembleia geral de hoje.