Gerson Lopes/ON
Com muita conversa, atenção permanente aos alunos e aproximação da família, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Monte Castelo, localizada na vila Rodrigues, está conseguindo reverter um quadro de violência e conscientizando os estudantes sobre o problema das drogas. O modelo de gestão será um dos exemplos destacados no encontro Caminhos possíveis para a superação da violência nas escolas que acontece hoje no Cecy Leite Costa.
Promovido pela 7ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), o evento vai reunir, nos turnos da manhã e tarde, diretores das 37 escolas da rede estadual em Passo Fundo, além de médicos, professores e psicólogos. O desafio é levantar os problemas de violência vivenciados nas escolas e socializar as diferentes alternativas de enfrentamento. A iniciativa está conectada com as ações do Comitê Estadual de Prevenção à Violência.
Para a coordenadora da 7ª CRE, Marlene Silvestrin, o encontro é o momento para a socialização das “boas práticas”. Ela entende que violência é trazida de fora para dentro dos muros da escola, tendo como uma de suas principais raízes a radicalização dos valores competitivos difundidos pela sociedade. Por outro lado, defende a escola como um dos melhores espaços para as práticas de valorização da cultura, solidariedade e de humanização. “A ideia de que a violência ocorre dentro do estabelecimento de ensino é vazia. Ela vem da sociedade”, afirma.
Uma das manifestações de violência mais constantes entre os jovens e presente em praticamente toda a rede de ensino, o bullying, deverá estar na pauta de debates no encontro de hoje, que começa às 8h30. Após os debates da tarde, haverá um coquetel em homenagem à empresa RGE, que através do Programa Eficiência Energética, investiu mais de R$ 500 mil em lâmpadas e reatores, nas escolas estaduais.
Bom exemplo
Algumas iniciativas de combate à violência tem apresentado resultados significativos entre os estudantes de Passo Fundo. A Escola Estadual de Ensino Fundamental Monte Castelo, no bairro Rodrigues, virou exemplo ao adotar uma receita simples, mas eficaz. Desde 2003 o estabelecimento, responsável pelo atendimento de 305 alunos, passou a fazer parte do Grupo Integrado de Estratégia de Prevenção ao uso de drogas (Giep). Passados quase oito anos, a realidade já é outra. As constantes brigas praticamente acabaram, o patrimônio da escola passou a ser preservado, e as regras, como horário de entrada e saída, e proibição do uso de aparelho celular em aula, são cumpridas à risca. “Estamos tratando com seres humanos, que precisam de atenção e carinho, mas que também precisam respeitar as regras. Felizmente estamos conseguindo atingir esse equilíbrio”, comemora a diretora Janett Maria Tizatto Zibetti. Porém, revela que não há nenhuma mágica e que a mudança é fruto do empenho e comprometimento dos professores. Além do trabalho em aula, através de um sistema de som instalado nos corredores e salas de aula, os alunos recebem diariamente informações sobre diversos assuntos. Os conflitos, quando ocorrem, são resolvidos em aula, ou então levados para o conselho, formado por todos os professores. “Estamos sempre muito atentos para tudo que acontece. Conhecemos muito bem nossos alunos, e através do diálogo, tentamos resolver”, explica.