Redação/ON
Na maioria dos municípios da região a Defesa Civil existe apenas formalmente e não de maneira efetiva. Esta foi uma das principais avaliações feitas pelo subchefe da Defesa Civil Estadual, o tenente-coronel Oscar Luiz Moiano. Na manhã desta quarta-feira ele esteve em Passo Fundo em uma reunião com representantes de 84 municípios atendidos pela Regional de Passo Fundo da Defesa Civil.
Moiano explica que a visita a Passo Fundo integra um projeto que está em desenvolvimento no Estado no sentido de desenvolver uma cultura de defesa civil nos municípios. “Entendemos que nessa grande corrente chamada Defesa Civil o principal elo é o município. É ali que se devem trabalhar as ações preventivas, é ali que se dá o primeiro enfrentamento no caso de uma calamidade e portanto entendemos que as pessoas precisam estar preparadas para a autoproteção em casos de eventos adversos”, esclarece.
Hoje o órgão estadual conta com 11 regionais organizadas no Estado. “Passo Fundo é sede de uma dessas regionais na qual atendemos hoje 84 cidades. Me atrevo a dizer que a maioria desses municípios só existe na formalidade a organização de defesa civil, portanto não existe no nosso ponto de vista”, enfatiza. Para ele, enquanto não houver uma comunidade preparada falando em defesa e tratando do tema do dia-a-dia as chances de se evitar tragédias serão reduzidas. “Esse é um pouco do nosso desafio e da nossa cruzada pelo Estado. Tenho certeza que encontraremos eco aqui hoje para essa tarefa que é árdua”, avalia.
Preparação
Ele admite que hoje o Estado e os municípios não estão preparados adequadamente para lidar com situações adversas. “O fato de estarmos aqui hoje, de as pessoas se mobilizarem e atenderem esse chamamento num momento em que não estamos sob temporal, enxurrada, já é um grande passo e significa que estamos caminhando em busca de estarmos preparados para isso”, pondera. Segundo ele é necessário pensar o que precisa ser feito daqui para frente ao invés de apontar culpados ou o que deixou de ser feito ao longo dos anos. “A ideia é que tenhamos a possibilidade de que cada município possa fazer o seu mapeamento de áreas de risco”, pontua.
Ele acrescenta que a partir do momento em que se tem esse mapeamento é possível buscar soluções para os problemas junto ao poder público. “São áreas ocupadas em regiões ribeirinhas, encostas, acumulo de lixo nas ruas que também é um problema sério de defesa civil”, enumera. Também é necessário um orçamento municipal reservado para situações de emergência. “O Estado tem recurso para apoiar os municípios e faz isso quando necessário. A união também. Se no município se reserva recursos para educação, saúde e segurança temos que ter também para defesa civil”, compara. A necessidade dessa precaução é evidenciada pelos eventos meteorológicos cada vez mais intensos que têm sido registrados.