Redação/ON
As constantes campanhas de conscientização têm refletido na redução do número de trotes registrados pela Sala de Operações do Corpo de Bombeiros de Passo Fundo, mas o problema ainda persiste. A média, que já chegou a 15 ligações diárias, caiu para oito. A brincadeira de mau gosto, que acaba ocupando as linhas do telefone de emergência, dificultando o contato de quem realmente necessita de ajuda, na maioria das vezes é praticada por crianças e adolescentes.
A maior freqüência de trotes acontece durante o horário de entrada e saída do turno escolar através de telefones públicos. O problema só não causa mais transtornos devido à experiência dos atendentes. Trabalhando há cinco anos no setor, o soldado Marcelo Bernardes tem a missão de filtrar as ligações e distinguir uma chamada real de um trote. Para evitar o deslocamento desnecessário das viaturas, ele já desenvolveu uma série de técnicas durante a conversa com a pessoa no outro lado da linha.
“As crianças acabam caindo em contradição durante a conversa. Quando solicito mais informações sobre referências do endereço, já é possível perceber que se trata de um trote. Normalmente os amigos estão por perto, é possível ouvir a voz e as risadas deles. O problema é quando um adulto liga e fornece informações mais precisas, aí na dúvida, somos obrigados a deslocar a viatura” explica Bernardes.
Segundo ele, recentemente os bombeiros foram chamados parar atender uma ocorrência no bairro Jaboticabal, distante aproximadamente oito quilômetros do quartel, onde um homem estaria passando mal. A informação não foi confirmada, porém, momentos depois, a sala recebeu um chamado para atender um acidente de trânsito na rua Ângelo Preto, proximidades da rodoviária. “Era bem no horário de pique, o motorista da ambulância teve de atravessar a cidade pela Brasil por causa de um trote, atrasando o atendimento da vítima” lembra o soldado.
De acordo com o tenente Paulo Roberto de Souza, o chamado ‘trote maldoso’ como o exemplo acima, também vem apresentando uma redução significativa, fruto das campanhas de divulgação. Segundo ele, além do trote, outra preocupação são as chamadas de ocorrências que não dizem respeito ao trabalho dos bombeiros. “Recebemos muitas chamadas para a remoção de pessoas alcoolizadas em frente as portas das residências, isso prejudica porque ocorre o deslocamento” revela.
Trotes para o 193 atrapalham trabalho dos bombeiros
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