Leonardo Andreoli/ON
Quem procura atendimento médico na cidade para uma nebulização, aplicação de um medicamento ou simplesmente fazer um curativo provavelmente precisará recorrer ao Hospital Municipal César Santos (HMCS). A casa é referência principalmente para atendimento da parte mais vulnerável da população. No entanto, basta observar com mais atenção para perceber que apesar da importância que ele representa, não existe um planejamento para garantir mais recursos e um rumo determinado à entidade. Com isso, boatos se criam e se espalham prejudicando tanto a população que se preocupa com o futuro do HMCS, quanto os funcionários que temem pelo emprego.
A sugestão dada pelo secretário municipal da Saúde Jairo Caovilla, em reportagem publicada pelo O Nacional, nos dias 14 e 15 de maio, de transformar o Hospital Municipal em hospital psiquiátrico gerou polêmica. A partir daí surgiram informações sobre o fechamento da instituição. O diretor administrativo da entidade, Leandro Bussolotto é enfático ao afirmar que no momento não existe nada definido a respeito do assunto. “A posição do prefeito e do vice-prefeito é de continuar investindo no hospital. Não é por nada que inauguramos um centro de diagnóstico, investimos em equipamentos, reformamos todo o hospital, construímos um prédio novo para a dependência química e fizemos concurso público”, argumenta. Ele ainda acrescenta que todas as atitudes do Executivo municipal sempre foram voltadas ao crescimento do hospital e à prestação de atendimento à comunidade mais carente.
Saúde básica
O HMCS tem papel fundamental no amparo à saúde básica do município. “Somos o suporte da secretaria municipal de saúde. A instituição é aquela que socorre quem procura o Cais e muitas vezes não encontra lá todo atendimento necessário”, esclarece. Ele afirma que não acredita na concretização da mudança do perfil de atendimento. Ele justifica que o prefeito Airton Dipp garantiu que isso é mero boato ou a ideia de pessoas que planejam o futuro desse hospital de forma diferente daquela que pensa a atual administração.
Bussolotto acrescenta que o hospital já aumentou o número de atendimentos a dependentes químicos e que pode atender mais, desde que exista verba suficiente para isso. “Hoje o único ente que está bancando é a prefeitura por meio de repasses do município. O governo do Estado desde 2010 não repassa nenhum valor para o hospital e o governo federal muito menos”, observa.
Atendimento
Os atendimentos continuam sendo prestados pelo hospital. No entanto existe uma dificuldade no pronto-socorro devido ao menor número de médicos. O diretor do HMCS alerta que as pessoas podem procurar o atendimento, mas precisam ter calma para esperar em função das filas que se formam. O hospital conta com um profissional para cada plantão de seis horas. A média de atendimento é de 200 pessoas por dia.
Descontentamento dos médicos
A situação do descontentamento dos médicos é isolada dos boatos que circulam pela cidade. Bussolotto esclarece que os profissionais estão reivindicando um valor melhor para a prestação de serviço e hora trabalhada. “Acredito que é uma reivindicação justa porque é uma categoria que presta um atendimento diferenciado. Levando em consideração que quem trabalha em Cais e PSF tem uma remuneração maior para atender um número menor de pessoas e com menos complexidade”, compara. Mesmo assim ele ressalta que o hospital terá dificuldade para arcar com essa despesa. “Vamos tentar contar com auxílio do governo do Estado e federal. Inclusive estamos em tratativa com o prefeito que se demonstrou bem sensível a situação e provavelmente a gente tome medidas essa semana para não perder profissionais, sendo que a gente já perdeu alguns e se perder mais não teremos condição de prestar o serviço”, alerta. Para evitar a evasão dos médicos, a medida seria oferecer maior remuneração tendo em vista que os profissionais encontram oportunidades, inclusive na rede municipal, com melhores salários e atendimentos de menor complexidade.