Daniella Faria/ON
Os gramados e canteiros da cidade amanheceram brancos nesta terça-feira. O frio da madrugada fez a paisagem mudar e ficar tipicamente de inverno. Entre às 6h e 7h, os termômetros registraram a temperatura mais baixa do ano, de -1,8°C. A temperatura na relva chegou a -7°C. Entretanto, segundo o observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio, apesar da temperatura mais baixa, a segunda-feira foi mais fria do que a terça. “Na segunda tínhamos vento, o que fazia com que a sensação térmica diminuísse. Em alguns momentos a sensação era de -5°C na segunda-feira. Já nesta terça, como não teve vento, a sensação térmica foi a mesma da registrada pelos termômetros”, explicou.
Para essa quarta-feira a previsão é que o frio reduza. O ar de origem polar começa a se afastar da região e o céu ficará nublado. A mínima não deve passar dos 04°C e a máxima pode chegar a 12°C. Na quinta-feira o dia inicia com bastante nebulosidade, e no decorrer da noite uma nova frente fria entra na região deixando o tempo chuvoso. A temperatura oscila entre 06°C e 14°C.
A sexta-feira continua com tempo instável, e a temperatura sobe um pouco, ficando entre 10°C e 16°C. Já o final de semana, segundo Sampaio, será de muito frio, principalmente no domingo. Uma nova massa de ar de origem polar de forte intensidade começa a entrar na região na madrugada de domingo e as temperaturas devem despencar novamente. “A temperatura poderá chegar a -3°C”, destaca o observador.
Hospital Municipal
Com o frio o atendimento no Hospital Municipal César Santos aumenta. “O Hospital tem a característica de atender idosos e, além disso, damos amparo a 12 asilos que são vinculados a Secretaria de Cidadania e Assistência Social. Ainda damos cobertura para os Cais e ESF’s”, ressalta o diretor, Leandro Bussoloto.
O pronto socorro chega a atender em média 200 pessoas por dia. Número, que segundo o diretor, se mantém constante as outras épocas do ano, mudando apenas a característica da procura. Quanto a estrutura, como o Hospital é procurado, na maioria das vezes, por pessoas carentes, as doações auxiliam neste atendimento. O local não conta com climatizadores nos quartos, ou mesmo um sistema central, o que demanda a necessidade de mais cobertores. “O Hospital não consegue prever e cobrir 100%. Algumas vezes há excesso de atendimento, como nessa semana, em que o frio foi muito violento. Sempre pedimos doações. Não há como comprarmos cobertores novos quando dá esse aumento. Dependemos de licitação e o frio não espera essa programação”, enfatiza.
Bussoloto destaca que existe um grupo de humanização recolhendo roupas para bebês e cobertores. Mas, como as pessoas muitas vezes não têm agasalhos nem nas próprias casas, levam para casa o cobertor que usaram na internação.
Albergue Municipal
Com o frio intenso a procura pelo Albergue Municipal triplicou. O lugar que antes estava com seis pessoas no início da semana, está com 24 vagas ocupadas. Foram 17 pessoas recolhidas pela ronda social. Cleusa Fukuchima, coordenadora da Proteção Social Básica da Semcas, diz que a maior dificuldade do recolhimento dos moradores de rua é a obrigação do banho quando chegam ao local. “Muitos querem só a janta”, diz. O Albergue disponibiliza 40 leitos. Os abrigados têm direito a banho, alimentação e encaminhamentos feitos pelas assistentes sociais. De acordo com as regras do lugar, as pessoas podem permanecer por três dias e depois passam por uma avaliação técnica para ver a necessidade da permanência.
Na nossa galeria de imagens, veja as fotos tiradas pela jornalista Natália Fávero.