Falta médico no PSF da Vila Donária

?snico profissional que atendia no local pediu afastamento após ser ameaçado por um morador do bairro

Por
· 5 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Falta médico no PSF da Vila Donária
Único profissional que atendia no local pediu afastamento após ser ameaçado por um morador do bairro
Leonardo Andreoli/ON
Há 21 dias as pessoas que procuram o Programa de Saúde da Família (PSF) da Vila Donária não encontram médicos. O único profissional que atendia na unidade pediu afastamento após ter sido ameaçado por um morador do bairro. O desentendimento causa um transtorno para as cerca de 60 pessoas que procuram atendimento no local todos os dias e demonstra a fragilidade do sistema de segurança das unidades de saúde espalhadas pela cidade. É este último ponto que muitas vezes atrapalha a contratação de profissionais para atuar na rede pública.
O problema ocorreu no dia 28 de junho quando o profissional que atuava no bairro realizava uma atividade agendada com as gestantes. Uma mãe procurou o atendimento para uma criança que estava com febre. Ela foi orientada a retornar cerca de uma hora depois para que pudesse ser atendida. A mulher saiu da unidade visivelmente insatisfeita com o retorno. Cerca de meia hora depois o marido dela entrou no PSF e invadiu o consultório médico. Além de ofender o profissional que estava trabalhando, ele fez várias ameaças. Desde lá os atendimentos médicos foram suspensos.
A paciente Aline Postal está preocupada com a situação da unidade. Ela toma medicamentos controlados e precisa pegar a receita todos os meses para poder retirá-los no PAM. Os remédios que ela possui acabam na próxima semana e ela encontra dificuldade para conseguir uma nova receita.
A coordenadora do Grupo de Mulheres da Vila Donária Maria Isabel da Silva destaca ainda que no bairro há um grande número de pessoas hipertensas, além de crianças que necessitam de atendimento frequentemente. Ela lembra que os problemas com os médicos não são de hoje e que vários já saíram de lá por alegarem problema com segurança.
Os problemas na Donária não são de agora e tem se tornado mais grave com o aumento da população. Em 2006, um médico que atuava no local teve o carro roubado. Em 2007, uma médica foi ameaçada e desistiu de atuar no local.
Licença
Conforme o secretário de Saúde Jairo Caovilla o profissional que foi agredido entrou em licença médica e a secretaria espera uma definição de quanto tempo ele ficará afastado para decidir se um substituto irá para a unidade. Até o momento o secretário não tem previsão de quando o profissional afastado voltará a trabalhar. “As pessoas se alteram e não tem condições de resolver a situação de uma maneira mais civilizada. O que acontece é que houve esse incidente e em vista disso o profissional teve problema de estresse e solicitou um afastamento temporário devido ao problema de saúde, estamos aguardando a decisão e assim que possível vamos substituir e colocar um médico neste local”, afirma Caovilla. Mesmo sem médicos, procedimentos e atendimentos de enfermagem seguem sendo realizados normalmente.
Segurança
Caovilla admite que a maioria das unidades não possui seguranças fixos. “Em determinados bairros da cidade que a gente sabe que tem problema maior de segurança os profissionais não estão muito dispostos a atender”, considera. Conforme ele a Secretaria Municipal de Segurança já foi procurada para que possa ser feito um trabalho em conjunto para melhorar a segurança nesses locais. “Queremos fazer com que a nossas equipes possam ter um trabalho mais tranquilo”, justifica.
Déficit
Para manter o atendimento ininterrupto em todos os locais, a Secretaria da Saúde precisaria de pelo menos 20 novos profissionais observa Caovilla. “Como não temos substitutos, qualquer problema que ocorra com relação a saúde do profissional ou mesmo na substituição de férias, ficamos com esse problema como está acontecendo na Donária hoje”, pontua.

Leonardo Andreoli/ON


Há 21 dias as pessoas que procuram o Programa de Saúde da Família (PSF) da Vila Donária não encontram médicos. O único profissional que atendia na unidade pediu afastamento após ter sido ameaçado por um morador do bairro. O desentendimento causa um transtorno para as cerca de 60 pessoas que procuram atendimento no local todos os dias e demonstra a fragilidade do sistema de segurança das unidades de saúde espalhadas pela cidade. É este último ponto que muitas vezes atrapalha a contratação de profissionais para atuar na rede pública.O problema ocorreu no dia 28 de junho quando o profissional que atuava no bairro realizava uma atividade agendada com as gestantes. Uma mãe procurou o atendimento para uma criança que estava com febre. Ela foi orientada a retornar cerca de uma hora depois para que pudesse ser atendida. A mulher saiu da unidade visivelmente insatisfeita com o retorno. Cerca de meia hora depois o marido dela entrou no PSF e invadiu o consultório médico. Além de ofender o profissional que estava trabalhando, ele fez várias ameaças. Desde lá os atendimentos médicos foram suspensos.A paciente Aline Postal está preocupada com a situação da unidade. Ela toma medicamentos controlados e precisa pegar a receita todos os meses para poder retirá-los no PAM. Os remédios que ela possui acabam na próxima semana e ela encontra dificuldade para conseguir uma nova receita.A coordenadora do Grupo de Mulheres da Vila Donária Maria Isabel da Silva destaca ainda que no bairro há um grande número de pessoas hipertensas, além de crianças que necessitam de atendimento frequentemente. Ela lembra que os problemas com os médicos não são de hoje e que vários já saíram de lá por alegarem problema com segurança.Os problemas na Donária não são de agora e tem se tornado mais grave com o aumento da população. Em 2006, um médico que atuava no local teve o carro roubado. Em 2007, uma médica foi ameaçada e desistiu de atuar no local.
 

Licença

Conforme o secretário de Saúde Jairo Caovilla o profissional que foi agredido entrou em licença médica e a secretaria espera uma definição de quanto tempo ele ficará afastado para decidir se um substituto irá para a unidade. Até o momento o secretário não tem previsão de quando o profissional afastado voltará a trabalhar. “As pessoas se alteram e não tem condições de resolver a situação de uma maneira mais civilizada. O que acontece é que houve esse incidente e em vista disso o profissional teve problema de estresse e solicitou um afastamento temporário devido ao problema de saúde, estamos aguardando a decisão e assim que possível vamos substituir e colocar um médico neste local”, afirma Caovilla. Mesmo sem médicos, procedimentos e atendimentos de enfermagem seguem sendo realizados normalmente.

Segurança

Caovilla admite que a maioria das unidades não possui seguranças fixos. “Em determinados bairros da cidade que a gente sabe que tem problema maior de segurança os profissionais não estão muito dispostos a atender”, considera. Conforme ele a Secretaria Municipal de Segurança já foi procurada para que possa ser feito um trabalho em conjunto para melhorar a segurança nesses locais. “Queremos fazer com que a nossas equipes possam ter um trabalho mais tranquilo”, justifica.
DéficitPara manter o atendimento ininterrupto em todos os locais, a Secretaria da Saúde precisaria de pelo menos 20 novos profissionais observa Caovilla. “Como não temos substitutos, qualquer problema que ocorra com relação a saúde do profissional ou mesmo na substituição de férias, ficamos com esse problema como está acontecendo na Donária hoje”, pontua.

Gostou? Compartilhe