Manitowoc acerta cronograma de obra

Executivos da empresa apresentaram maquete e confirmaram inicio da operação em abril de 2012. Passo Fundo está nos planos para novo investimento da norte-americana

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Zulmara Colussi/ON

Acompanhados do prefeito Airton Dipp, o vice-presidente da Manitowoc para a América Latina, Larry Weyers, e o gerente geral de operações da empresa no Brasil, Mauro Nunes, apresentaram ontem à imprensa e autoridades a maquete da unidade que está sendo construída em Passo Fundo. O projeto que ocupa uma área de 45 hectares terá 28 mil metros de edificação no primeiro pavilhão e seguirá o modelo da unidade de Niella, na Itália. Os outros dois pavilhões serão construídos a partir das etapas de expansão da empresa.  

Eles também anunciaram a definição do novo cronograma de entrega da obra com a Semco Engenharia, de São Paulo. O prazo final é 25 de março de 2012, para que a montadora entre em operação no mês de abril. Para tanto, cerca de 40 operários trabalham no local. Os engenheiros responsáveis garantem que se for necessário serão contratados novos operários e o trabalho poderá ser realizado também no turno da noite. No momento, isso não está cogitado.

Paralelo ao processo de edificação, a empresa segue contratando profissionais da área de engenharia e faz contato com empresas que poderão ser sistemistas. Estas empresas fornecerão a matéria prima necessária para a montagem dos guindastes RT, para terrenos acidentados e Gruas, para construção civil. A unidade de Passo Fundo também vai fabricar o Truck Train, guindaste telescópio, mas só a partir de 2013. Num primeiro momento serão necessárias seis empresas sistemistas e a preferência é que sejam de Passo Fundo, região ou de alguma parte do Rio Grande do Sul. A Manitowoc só buscará empresas de fora se não encontrar aqui os fornecedores adequados. Este foi um dos compromissos assumidos pela empresa ao assinar o contrato no Badesul e garantir os R$ 70 milhões para o investimento. O dinheiro será pago em 10 anos, tem prazo de carência e taxas específicas para este tipo de operação.

Operação
A unidade da Manitowoc em Passo Fundo será apenas uma montadora. O projeto é fabricar um guindaste por dia com os 80 funcionários que serão contratados. Cerca de 30 deles, na área de engenharia já estão sendo recrutados. Um grupo de seis engenheiros já contratados segue para os Estados Unidos onde fará um treinamento intensivo no mês de agosto. Outro grupo fará o mesmo, a partir de setembro. Em janeiro, começarão a ser contratados os operários de montagem que vão desde soldador, montador e pintor. A norte-americana dará preferência por trabalhadores de Passo Fundo e região. Preocupada com a falta de mão de obra, estreita parceria com a UPF e o Senai. Segundo o executivo Mauro Nunes, o objetivo é também trabalhar para a formação de profissionais capacitados.

Sustentabilidade
O projeto da unidade de Passo Fundo segue padrões internacionais da empresa e está preocupado com a sustentabilidade. O reaproveitamento de água para a montagem, a utilização de placas solares para a captação de energia e o plantio de 3,6 mil mudas de árvores integram o projeto. “Esta é uma preocupação natural da empresa e que deve ser uma preocupação de qualquer cidadão”, disse Nunes.    

Demanda

O boom da construção civil no país, principalmente pelas obras de infraestrutura e do setor de petróleo e gás, o polo naval gaúcho e a construção de quatro refinarias, além de eventos esportivos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada, foram determinantes para que a Manitowoc instalasse uma unidade montadora no Brasil. Além de abastecer o mercado local, a empresa também vai fornecer para os países da América Latina como Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Os dois guindastes a serem produzidos num primeiro momento têm um preço variado de R$ 100 mil a R$ 1 milhão e seguirão o modelo americano. O guindaste RT, por exemplo, tem capacidade para erguer de 40 toneladas a 90 toneladas de peso, dependendo da necessidade do cliente. Para o Brasil, o comprador deverá retirar o produto na porta de fábrica, ficando com a responsabilidade da logística. Os compradores dos países vizinhos terão os produtos exportados via Porto de Rio Grande. O mesmo processo logístico se dará via Porto com as importações que a empresa fizer. “Nossa presença no mercado brasileiro já tem mais de 15 anos, com unidades de negócios. O fato de decidirmos montar nossos guindastes aqui é porque temos um mercado potencial e queremos dar ao nosso produto características brasileira”, disse Mauro Nunes. Entre os potenciais compradores estão empresas como a Petrobras, Vale, Odebrecht e Gerdau.

Vantagens
As vantagens para os clientes no Brasil é que preço final poderá ficar de 25% a 30% menor, com a redução dos encargos de importação, alfândega, etc. O valor do produto, no entanto, será o mesmo praticado pela empresa em todo o mundo.

Novo investimento

Mauro Nunes anunciou durante a coletiva de imprensa que a empresa acompanha o momento econômico mundial e especialmente brasileiro e que já pensa continuar investindo no Brasil. Se houver bom mercado para isso, outro braço da empresa, a Manitowoc Foodservice Group, fabricante líder na produção de máquinas de cubos, cones, flocos e lascas de gelo, bem como de máquinas de bebidas no setor gastronômico também terá unidade industrial no Brasil e Passo Fundo é a cidade escolhida. A empresa é responsável por fabricar todas as cozinhas do gigante McDonalds.

Perfil

A Manitowoc Crane Group é uma empresa subsidiária da Manitowoc Company Inc., com sede nos Estados Unidos onde opera desde 1902 no segmento de guindastes industriais assim como na produção de equipamentos para cozinhas industriais e refeitórios. Esta empresa está cotada na bolsa de Nova York desde 1971 e possui 15 plantas industriais espalhadas entre Estados Unidos, Europa, Japão, Índia e China. Nos vários países onde opera, a Manitowoc ocupa posição de destaque em razão de sua tecnologia exclusiva.

No Brasil a Manitowoc Crane está presente há 15 anos atuando em todo o território brasileiro, com ênfase em vendas no Ceará, Pernambuco, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, onde estão os maiores locadores de guindaste, as maiores construtoras, as mineradoras, as refinarias e as grandes obras de infraestrutura e de produção pesada.

Acompanharam a visita a obra além do prefeito Airton Dipp, o vice-prefeito Rene Cecconello, o secretário do Desenvolvimento Marco Cittolin, o secretário de Obras Ermindo Simonetti, o reitor da Universidade de Passo Fundo, Carlos Carles de Souza, vereadores e empresários.

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