Gerson Lopes/ON
Pouco mais de dois meses após a operação realizada para remover oito toneladas de lixo acumulado no Rio Passo Fundo, o problema volta a se repetir. A partir de uma denúncia recebida no final tarde de segunda-feira, policiais do Batalhão Ambiental vasculharam a área na manhã de ontem, e novamente encontraram um triste retrato do descaso com o meio ambiente. Um lençol formado por milhares de garrafas pet, isopor, brinquedos e outros objetos, cobre uma extensão de aproximadamente 90 metros do rio.
O lixo está acumulado na altura do quilômetro 294 da BR 285, dentro da área pertencente à Embrapa, distante 100 metros abaixo do primeiro foco. A mata ciliar, formada principalmente por taquaruçu, ajuda a represar o lixo, formando uma camada espessa e obstruindo o curso natural na água. Com a elevação do nível do rio, parte do material foi parar no interior da mata.
O comandante do 1º Pelotão do 3º Batalhão, sargento Eldecir Simon, afirma que será realizado um levantamento para identificar a profundidade do rio naquele ponto. A intenção é saber se há muito material submerso, como aconteceu anteriormente, ou está apenas na superfície. Ele acredita que as fortes chuvas registradas nas últimas semanas tenham contribuído para o acúmulo. Os resíduos chegam até o rio através das bocas de lobo, afluentes, nas triagens de material reciclado realizadas próxima às margens, além das pessoas que dispensam o lixo doméstico diretamente na água.
O policial chama a atenção para a necessidade da adoção de medidas de contenção para evitar danos ao meio ambiente. ‘Vamos conversar com a secretaria do Meio Ambiente para buscarmos uma solução técnica e séria para o problema” explica.
Logo após a limpeza realizada no primeiro ponto, técnicos da secretaria chegaram a instalar uma tela de arame para conter os resíduos, mas o equipamento não deu resultado.
Desperdício
Para retirar as oito toneladas de lixo acumuladas no rio Passo Fundo, no início do mês de maio, foi preciso montar uma verdadeira operação. Com a utilização de duas retro escavadeiras, funcionários da Secretaria de Serviços Gerais abriram uma clareira de aproximadamente 100 metros na vegetação, formada basicamente por taquaruçu, para chegar até a margem do rio. A retirada do lixo foi feita através de uma draga e durou mais de duas semanas. Entre o material recolhido, em uma extensão de aproximadamente 200 metros, além de milhares de garrafas pet, 80 capacetes de motociclista, mais de 100 bolas, móveis e pedaços de eletrodomésticos. A reciclagem de parte do material representou um aumento de R$ 9 mil, na renda dos funcionários que operam na esteira do aterro sanitário.