Choveu mais de 60 mm em um dia

Lavoura de trigo começa a ser atingida pelo excesso de água

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Daniella Faria/ON

O excesso de chuva está atrapalhando as lavouras de trigo. Na região da Emater do Planalto Médio foram plantados 187 mil hectares. Destes, 60% foram semeados na primeira quinzena de junho e 40% no início de julho.

O engenheiro agrônomo Cláudio Dóro explica que com esse intervalo existem duas fases nas lavouras: a de desenvolvimento vegetativo e o restante em fase de germinação. A primeira fase é a mais prejudicada. Como o trigo está mais desenvolvido ele apresenta problemas, principalmente com fungos, como manchas folhares. Algumas lavouras apresentam sintomas de amarelecimento, causada pela deficiência de nitrogênio. “Ele é um componente presente na adubação e que o agricultor já deveria ter feito, mas o tempo não permitiu. A chuva impossibilitou a entrada das máquinas e, com isso, a complementação com nitrogênio e cobertura”, ressalta.

Já o trigo que está em fase de germinação ainda não foi prejudicado. Ele está começando a emergir, mas se a chuva não parar as áreas mais baixas irão sofre com alagamentos. “Com isso o adubo fica lavado e perde a erosão superficial do solo. Ele se infiltra e a planta não retira os nutrientes necessários”, diz.

Segundo o técnico, ainda é difícil projetar danos. Mas, com certeza o agricultor terá diminuição na lucratividade por ter que gastar mais com fungicida. “Esse excesso de chuva não é bom. O ideal era umidade, mas com clima seco. O que o produtor tinha que fazer, ele fez”, conclui.

Transtornos
A chuva também trouxe transtornos para alguns moradores de Passo Fundo, como é o caso de Denise Pinto, moradora da rua Sergipe, no bairro São José. O poço artesiano da casa em que mora há um mês não agüentou o volume e transbordou. A vazão da água saiu pelo ralo do banheiro e também inundou a cozinha. “Não sei mais o que fazer. Já esgotei essa semana, mas a chuva alaga o pátio e enche o poço. Só hoje limpei a cozinha três vezes de manhã”, diz. Outro caso é a rua César Santos, na Petrópolis, próximo a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento. Os frentistas que trabalham em um posto disseram que toda vez que chove o trecho fica coberto pela água. Segundo eles são as folhas das árvores que caem e são arrastadas para as bocas de lobo e entopem o local.

Pista alagada
O Comando Rodoviário da Brigada Militar expediu alertas para informar aos motoristas sobre os pontos de alagamento na ERS 324. Um dos principais foi na localidade de São Luis da Mortandade. O local ficou em meia pista a maior parte do dia, porque não havia como escoar a água.

Quanto choveu
Somente em um dia choveu 63,6 mm. Somados ao restante do mês, isso representa 248,8 mm, ou seja, 80% a mais do que a média prevista, que era de 153,4 mm. De acordo com o observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio, apesar da grande quantidade de chuva, os ventos foram fracos.  registramos fortes descargas elétricas”, diz.

Para essa quinta-feira a previsão é de mais chuva. Um aviso do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) indica chuva forte, com rajadas de vento em áreas isoladas. A temperatura continua amena.

Já na sexta-feira o frio retorna a região. Um ar seco e frio vai fazer os termômetros despencarem e dar uma trégua na chuva. O tempo ficará nublado, e a temperatura deve oscilar entre 08°C e 15°C. O final de semana será de tempo seco. No sábado o dia amanhece claro e pode haver formação de geada nas partes mais baixas. A temperatura varia entre 05°C e 20°C. O domingo a temperatura começa a entrar em elevação, ficando entre 12°C e 20°C.

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