Gerson Lopes/ON
Uma galeria de bueiro instalada no rio Pinheirinho, sob a estrada de acesso ao distrito de Capinzal, continua tirando o sono dos moradores e de quem trafega pela localidade. Com as fortes chuvas, na quarta-feira a água transbordou mais uma vez e impediu a passagem de veículos durante toda a manhã e parte da tarde. Ontem, o volume baixou e revelou mais um grave problema: a poluição.
A mata ciliar, cercas e parte do campo, amanheceram cobertos por milhares de sacolas plásticas. Um rastro de lixo que transforma a paisagem do local a cada enxurrada. – É sempre assim, basta chover para o lixo descer- lamenta Adão de Chaves Trevisan, 63 anos.
Além de contribuir para o cenário desolador, cobrindo os galhos dos arbustos, as sacolas, juntamente com outros resíduos, como garrafas pet, pedaços de madeira, isopor, entre outros objetos, acumulam na entrada da tubulação e impedem a passagem da água. “A madeira eu costumo tirar para queimar no fogão, mas a quantidade de sacola é muito grande, não tem como” diz o filho de Adão, Juarez Trevisan, 47 anos. Reflexo da falta de conscientização da população em relação aos cuidados como meio ambiente, o rio leva o lixo ao Capinzal após passar por alguns bairros da cidade, entre eles, o Lucas Araújo, Vila Luiza, Santa Marta e Vila Jardim.
Problema crônico
Habitada por aproximadamente 500 moradores, o distrito de Capinzal abriga uma escola estadual de ensino fundamental, com mais de 100 alunos, muitos provenientes de bairros próximos, além de concentrar diversas propriedades envolvidas na produção leiteira, de frango e também na armazenagem de grãos.
Subprefeito do Distrito, Airton Ferreira dos Santos, chama a atenção para a gravidade do problema e diz que uma chuva de aproximadamente 35 milímetros já é suficiente para interromper o fluxo e prejudicar todos os serviços. “Ninguém passa. É um problema crônico. Frequentemente formam-se filas de veículos. Em algumas situações, os motoristas precisam passar a noite no local aguardando o nível da água baixar” afirma. Como alternativa, ele sugere a substituição galeria por uma ponte, a qual, segundo ele, resolveria o problema da vazão. A ideia é compartilhada por Adão Trevisan, que por duas vezes, viu a força das águas arrastar toda a tubulação da galeria.