Doux e sindicato fecham acordo salarial

Funcionários aprovaram o acordo coletivo em assembleia e encerraram greve de nove dias. Doux garantiu o pagamento de apenas 50% das dívidas aos produtores integrados

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Daniela Wiethölter Lopes/ON

Depois de nove dias de greve, a Doux Frangosul e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Passo Fundo fecharam acordo sobre reajuste salarial dos trabalhadores. Os termos de negociação foram acertados em audiência de conciliação entre o sindicato e a empresa no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, em Porto Alegre, na tarde de quarta-feira (27), e aprovados em assembleia dos trabalhadores na tarde de ontem (28).

Com o final da greve, os funcionários garantiram um piso salarial de R$ 720, retroativo a maio, e reajuste de 8% para salários até R$ 2.289, a contar de maio. O aumento será pago em duas parcelas: 7,5% na folha de julho e 0,5% no mês de novembro. Para salários superiores a R$ 2.289,00, o aumento será de 6,3% (INPC) a partir de maio. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação, Miguel dos Santos, os funcionários também aprovaram o valor mínimo do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de R$ 600, que deverá ser pago em 20 de maio de 2012 e o reajuste do auxílio escolar para R$ 372 (parcela anual). No entanto ele explicou que a maior vitória dos funcionários foi a redução do desconto do vale-transporte que, por Lei é de 6%, e passará para 2% do salário. “É uma grande vantagem, pois por lei o desconto é de 6%”, afirmou. Outro item da pauta de negociação que influenciou para o final da greve foi a garantia do pagamento integral dos dias parados. “Com este acordo, acreditamos os trabalhadores não serão penalizados em função da greve.

Integrados
Já a proposta da Doux não agradou os produtores integrados. Segundo o presidente da Associação dos de Criadores de Frango de Passo Fundo, Luiz de Jesus, os produtores saíram descontentes da reunião que aconteceu na tarde de ontem na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) em Porto Alegre. No acordo, a empresa garantiu o pagamento de apenas 50% das dívidas até o dia 15 de agosto. No entanto, o restante do pagamento e a origem para os recursos não foi informada pela empresa. “Nesta situação, estamos orientando os produtores que tiverem condições que suspendam os próximos alojamentos para não gerar mais custos”, disse o presidente. Os produtores estudam ainda organizar mobilizações e ingressar na Justiça para a cobrança dos débitos.

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