Daniela Wiethölter Lopes/ON
Distantes a mais de 100 km de Passo Fundo, os pequenos municípios de Paim Filho e Machadinho encontraram uma solução para o problema de centenas de moradores que viajam a Passo Fundo em busca de tratamento médico ou que estão com familiares internados em hospitais da cidade e não têm condições de se hospedar em hotéis. Através de leis municipais, as secretarias de saúde implantaram a Casa de Saúde com capacidade de abrigar até 40 pessoas. A casa, localizada na Rua Capitão Geraldo Magela, nos fundos do antigo Quartel do Exército, foi alugada por R$ 2,2 mil, que somados aos custos de água, luz, telefone, limpeza e funcionário, serão custeadas pelas duas prefeituras. Em média, cada município envia 45 a 60 pessoas por semana para tratamento de saúde em Passo Fundo. Paim Filho faz o transporte em uma vã, com capacidade para 16 pessoas três vezes por semana. Além disso, também há o transporte diário de pacientes mais urgentes, debilitados e idosos em carros pequenos. Segundo o secretário de saúde de Paim Filho, Genei Ribeiro, a casa vai dar um suporte melhor para quem precisa vir para Passo Fundo realizar tratamentos especializados, já que no município só existe dois médicos clínicos-gerais, uma pediatra e o hospital só realiza procedimentos de média complexidade. “Há muitos anos buscávamos uma solução para os nossos moradores”, disse Ribeiro. Ele explicou que a casa vai ajudar, por exemplo, pessoas que realizam atendimento oncológico na cidade. “A viagem chega a ser mais desgastante do que o próprio atendimento, pois são duas horas para chegar até Passo Fundo e mais duas para voltar. Com a casa, eles podem ficar hospedados durante todo o tempo do tratamento, 30, 40 dias direto”, explicou. Outra situação bem comum, citada pelo secretário, é a dos acompanhantes e familiares. “Quando a internação é via emergência, o familiar que vai acompanhar um paciente chega a passar dias sem ter um local para ficar. Passam o tempo na chuva, no frio, na praça, em restaurantes”, relatou.
A secretária de saúde de Machadinho, Taciana Leandra Piana, também ressaltou a importância da iniciativa, que segundo ela, é inédita na região. “Alguns tratamentos deixam a pessoa debilitada e era preciso um local para recebê-las. Os familiares também poderão ficar como acompanhantes o tempo que for necessário”, afirmou. O município, que fica a 30 km de Paim Filho, envia três vezes por semana um veículo com capacidade para 15 pessoas para do atendimento médico especializado
de Passo Fundo, já que oferece apenas internações ambulatoriais, de baixa complexidade.
Estrutura
A prefeitura alugou a casa há poucos metros do Hospital São Vicente de Paulo e próximo a clínicas médicas. A casa é simples e possui duas placas de identificação do lado de fora indicando que o local é mantido pelas prefeituras de Paim Filho e Machadinho. Segundo o caseiro contratado para administrar o local, Jacir Galvão, a casa tem dois quartos e um banheiro para as mulheres e um quarto e um banheiro para os homens, além de cozinha, sala, garagem, pátio, lavanderia. Os quartos têm cama ou beliche, roupa de cama, cobertor e travesseiro. A alimentação ficará por conta do paciente, que pode utilizar a cozinha. A hospedagem é gratuita, no entanto, a pessoa precisa ser encaminhada pela secretaria de saúde do seu município. Segundo a secretária de Machadinho, a casa vai servir também de abrigo durante o dia para evitar que as pessoas fiquem na rua ou no carro esperando até o retorno a cidade, pois o transporte chega às 8h da manhã e retorna apenas às 17h. O agricultor de Machadinho, Valdir Garbin, foi um dos primeiros abrigados da casa. Ele veio nesta semana a Passo Fundo para revisar o tratamento auditivo e já usufruiu do novo espaço. “Eu ficava na praça ou sentado num restaurante aguardando até a hora de voltar para casa. Era muito cansativo. Hoje eu estou bem acomodado, tenho onde me abrigar do frio, da chuva, posso ir ao banheiro”, disse.
Prefeituras da região alugam casa para pacientes em Passo Fundo
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