Cidade além do Centro

Crescimento descentralizado e urbanização de novas áreas criam nova dinâmica à mobilidade social do município

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Leonardo Andreoli/ON

O desenvolvimento e a urbanização de novas áreas do município além do Centro permitem à população redescobrir a cidade. Enquanto o Centro ainda concentra boa parte dos serviços bancários e comércio, novas áreas estão sendo visadas pelos empreendedores, principalmente na direção do Seminário Nossa Senhora Aparecida. Para o professor da Escola de Administração da Imed Adriano José da Silva o crescimento descentralizado e a urbanização de novas áreas fazem com que a mobilidade social tenha uma nova dinâmica.

Com esse crescimento horizontal é possível desenvolver áreas urbanas até então pouco estruturadas. “Isso propicia a população a redescoberta do sentimento de pertencimento do município de Passo Fundo”, pontua o professor. A professora Manuela Rösing Agostini, também da Escola de Administração Imed, explica que o impacto da descentralização da cidade deve ser compreendido a partir das políticas públicas, das dinâmicas das relações econômicas, do crescimento e das necessidades e expectativas da população. “As autoridades municipais devem agir como indutoras de um movimento orquestrado que considere o acúmulo do progresso técnico e econômico com a regulação e redistribuição dos serviços, seus prestadores e do conjunto de suas relações com a comunidade, a fim de garantir que a sociedade passo-fundense possa usufruir plenamente das políticas públicas que estão se consolidando”, ressalta Manuela.

Para cima e para os lados
Os dois professores concordam que o crescimento é vertical na área central. Por outro lado, a posição geográfica permite a expansão horizontal do município. “Estamos expandindo em direção ao Seminário Nossa Senhora Aparecida, em razão de as nascentes dos principais rios do Rio Grande do Sul estarem no sentido oposto”, justifica Adriano. Isso se deve ainda às definições do Plano Diretor do Município e a atuação dos governos municipais das últimas décadas. “Por outro lado, a descentralização que se observa na cidade, foi implementada, em grande parte, pela iniciativa privada. Observa-se, contudo que é indispensável a presença de agentes públicos e de concepções e planejamentos de longo prazo”, acrescenta Manuela. Isso deve ser feito com políticas públicas consistentes e ordenadas, porém com visão de futuro e preocupações com o desenvolvimento humano.

Motivo
A descentralização foi motivada pela política de crescimento e desenvolvimento econômico adotada pela administração municipal. Conforme o professor Adriano José da Silva isso potencializou as relações locais e permitiu a atração de novas empresas e a ampliação das empresas locais. “Outro fator importante a ser considerado é a formação e qualificação da mão-de-obra, focada no desenvolvimento sustentável e nas oportunidades de negócios que o crescimento da cidade vem propiciando nos últimos anos”, destaca. A instalação e ampliação de empresas também causam uma expectatva de crescimento na cidade. “Não existe a possibilidade de qualquer investimento no Rio Grande do Sul, sem que as empresas olhem para Passo Fundo. A cidade poderá estar entre os cinco municípios do estado em Produto Interno Bruto”, avalia Silva.

Infraestrutura
Silva complementa que o crescimento envolve custo a ser pago. “Esse custo hoje é a infraestrutura, após anos de estagnação, observamos que em 2013, 55% das casas terão coleta de esgoto, fazendo com que o IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano alcance padrões de países desenvolvidos”, prevê. Além disso, o parque de águas termais terá um papel importante no crescimento do setor e serviços, atraindo turistas.

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