Volume de exportações aumenta quase 200%

Embarques de farelo de soja, máquinas e implementos agrícolas impulsionaram as vendas do município no primeiro semestre de 2011

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Daniela Wiethölter Lopes/ON

O primeiro semestre de 2011 registrou um volume recorde de exportações do município. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as vendas ao exterior somaram mais de US$ 296 milhões.  O que impulsionou as operações do município, que cresceram 193,64%, em relação ao primeiro semestre de 2010, foram os embarques de farelo de soja e máquinas e implementos agrícolas. Só as vendas de produtos extraídos do óleo de soja, principal produto exportado ao longo dos seis primeiros meses, apresentaram incremento de 229%.

Na lista das principais empresas exportadoras no primeiro semestre deste ano, estão a Semeato, Bunge Alimentos, Kuhn e a BSBios, que ocupa a 18ª posição no Estado, com vendas de US$ 108 milhões, 36% do total das exportações do município no período. A empresa iniciou a produção do farelo e óleo de soja no final de 2010, com a instalação da esmagadora, e em seis meses as vendas para outros países já aumentaram 220%. O destino das exportações é para países da Europa e do Mercosul.

A Semeato é uma das mais tradicionais exportadoras do município, produzindo máquinas e implementos agrícolas para o mercado externo há mais de 30 anos. Segundo o gerente de Exportações para América Latina, Evandro Secco, a empresa aumentou em 50% o volume das vendas para o exterior no primeiro semestre do ano. Os embarques foram para especialmente para os países do Mercosul, bloco que concentrou entre 60% a 70% da vendas externas. A explicação para o bom momento, segundo Secco, é que as commodities internacionais e as safras brasileiras tiveram um bom desempenho neste semestre. “Se o Brasil produz bem, colhe bem e está vivendo um momento ótimo, todos os países do mundo começam a olhar o que o Brasil esta fazendo e, neste sentido, a indústria de máquinas agrícolas tem uma posição de destaque porque ela realmente participa da melhoria da produtividade. Isso tudo motivou os clientes a comprar as nossas máquinas”, explicou.

Política industrial
Para o secretário de desenvolvimento, Marcos Citolin, os bons resultados demonstram que o município está crescendo e que não está vulnerável somente ao mercado interno. “Só importar não é bom e só exportar também não é bom. A indústria faz esta diversificação, além do comércio e serviços, equilibra a economia do município”, disse. Citolin reforçou ainda que este bom momento reforça como é importante a atração de indústrias ao município. “Uma indústria instalada agrega valor aos produtos, gera renda e emprego”, disse.

Produção peculiar
Mesmo com o cambio desvalorizado, desfavorável a exportação, o volume de vendas aumentou 193% no período. Segundo a economista, Cleide Morretto, o preço, mesmo sendo mais alto, devido ao câmbio, ainda é competitivo no mercado internacional. “A peculiaridade do nosso produto nos torna mais protegidos, menos vulnerável”, afirmou. O farelo de soja, produzido pela BSBIOS, por exemplo, é insipiente no mercado externo. “Os países precisam importar nossos produtos”, disse.

Balança Comercial
O saldo da balança comercial é positivo, totalizando US$ 280, 8 milhões no período entre janeiro e junho de 2011. As exportações aumentaram 193,6% e as importações, 49,5%. Segundo a economista, nos últimos três meses o saldo é positivo e crescente. “Estamos em fase ascendente, exportando a todo vapor. Nós estamos utilizando nossos fatores de produção, que faz com que nossa capacidade instalada seja aproveitada ao máximo, utilizando espaço físico, capital e emprego. Isso é ótimo para o município, porque estes fatores de produção são remunerados aqui. Seja com aluguel, com juro, com o próprio lucro da empresa, e ainda com o salário do trabalhador, que é o responsável pelo fomento do mercado local”, explicou.

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