A Cáritas Arquidiocesana participa ativamente da organização de grupos de mulheres em áreas de vulnerabilidade e risco social. Nesses grupos, a proposta de atuação é transformar o ambiente social das moradoras locais com ações efetivas e que promovam a geração de renda, melhorando a realidade da região e trazendo resultados. Uma dessas ações é realizada no grupo “Construindo passo a passo”, do bairro Valinhos, em Passo Fundo. Cerca de 30 mulheres, entre adolescentes e idosas, participam da atividade uma vez por semana, confeccionando materiais diversos, como artesanatos, cobertores e panos de prato. Teresinha Chaves é uma das monitoras que participam das atividades, repassando técnicas às mulheres. Há um ano no grupo, ela comenta que existe uma boa receptividade das oficinas oferecidas. “Nesse primeiro ano que estou aqui, trabalho dando aula de pintura e artesanato variados, com sucata, caixinhas de leite, jornais, pintura em tecido, aproveitamento de retalhos e vidro. Eu venho toda a semana por aqui e elas adoram participar”, completa Teresinha.
A participação nos grupos e oficinas é totalmente voluntária e traz – além de uma iniciativa inovadora para as mulheres – uma proposta de elevação da autoestima e valorização individual das participantes. Pasquina Mill participa há quatro anos do projeto e tem nele uma perspectiva de lazer e terapia. “Eu costuro, faço crochê e até levo para casa, para fazer mais nas horas que tenho tempo. Mais do que participar das oficinas, gosto de vir só por poder conversar e nos encontrar toda a semana”, afirma.
A demanda por diferentes temas surge no próprio grupo, que escolhe quais os tipos de artesanato serão repassados nas oficinas, que são semanais. Além disso, as mulheres participam de feiras onde vendem seus produtos e mantem a atividade em funcionamento.
Segundo Odete Silveira, coordenadora dos grupos de mulheres da Cáritas, a atividade promove benefícios em várias frentes. “Em primeiro lugar ela cuida do meio-ambiente, reutilizando materiais que seriam jogados fora. Os produtos confeccionados, por sua vez, são vendidos a baixo custo e reforçam o caixa do projeto. Além disso, para as mulheres é muito bom estar aqui, mantendo o contato com outras participantes”, afirma Odete.
Toda a comunidade acaba se envolvendo, de forma direta ou indireta no trabalho do grupo. Segundo Maria Ereni de Souza, coordenadora da atividade, os laços de amizade e união do grupo são permanentes e dão continuidade ao trabalho desenvolvido. “O projeto envolve pessoas de toda a comunidade, até porque aqueles que não participam compram os produtos. A comunidade, de um jeito ou outro, sempre está envolvida. É como se fosse uma família”, destaca.