Em atenção aos doadores de sangue, os profissionais do Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo participaram de treinamento sobre Primeiros Socorros. Coordenado pelo vice-diretor médico do HSVP, Dr. Júlio Stobbe, o encontro teve a finalidade de atualizar os conhecimentos e métodos dos profissionais para atendimento de urgências como desmaios, síncopes e convulsões que podem acometer pacientes que frequentam o Serviço de Hemoterapia.
Na temática do encontro, os profissionais foram alertados para a importância da identificação e diferenciação entre síncope e convulsão. “Geralmente se confunde síncope com crise convulsiva. A síncope é uma perda breve e repentina da consciência, constantemente com rápida recuperação. Ela se deve a múltiplas causas, desde um simples susto, ansiedade até uma tensão emocional. Já a convulsão é uma crise mais grave, decorrente de um período clínico anormal que resulta uma exacerbada descarga elétrica, repentina ou anormal no encéfalo. Dentre as crises, em um Serviço de Hemoterapia o mais comum de acontecer é a síncope”, informou Stobbe.
O encontro também proporcionou aos participantes a prática da Reanimação Cardio-pulmonar-cerebral (RCP), que consiste em ações padronizadas com desenvolvimento sequencial. “O objetivo é primeiro substituir e, posteriormente, restaurar as funções respiratória e circulatória espontâneas, além de deficiências que ocorrem na parada cardiorrespiratória”, alertou Stobbe. A American Heart Association (AHA) – Associação Americana do Coração – recomendava proceder com a reanimação através da abertura das vias aéreas, com posterior início da respiração artificial de suporte com um ou dois socorristas, e após, verificar se existe atividade do coração - pulso arterial ou sinais de circulação - processo conhecido como sequência A-B-C.
“As novas diretrizes da AHA recomendam que haja uma alteração no processo de reanimação, iniciando o procedimento pela verificação da atividade do coração, através dos sinais de pulso, após fazer a abertura das vias aéreas e por último, iniciar a respiração artificial, alterando a sequência para C-A-B”, ressaltou Stobbe.
A mudança, segundo ele, se deve em razão de que na maioria das paradas assistidas, os pacientes apresentavam fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV) sem pulso. Nestes casos a sequência A-B-C acabava sendo atrasada devido a dificuldade que o socorrista encontra em abrir a via aérea, para dar início as ventilações de resgate. “Com a alteração para C-A-B as compressões torácicas serão iniciadas mais cedo o que não trará problemas para ventilação, já que o atraso será mínimo”, afirmou o especialista.