Valentim Borges parece representar muito bem o homem do campo. O pai dele era domador de cavalo em Bagé. Criado em fazenda desde os oito anos, quando cresceu até tentou seguir a profissão de metalúrgico, mas a vocação pela lida no campo foi mais forte. Há 13 anos, amansa os cavalos e os prepara para competições.
Mora em um rancho no interior do município. Praticamente dorme no mesmo local que os cavalos. O monitoramento é durante 24 horas e já reconhece o relincho de cada um. “Temos 18 cavalos. Levantamos cedo, tratamos os animais, escovamos, limpamos a cocheira e damos banho”, conta Borges.
O centro de treinamento lida principalmente com o cavalo crioulo. Eles amansam o animal e depois de três meses ele está pronto para o freio para ser treinado para os rodeios. Todo esse processo é feito com cavalos a partir de dois e três anos e dura cerca de seis meses. A técnica é chamada de doma tradicional que não machuca o animal.
O rancho não possui fogão a gás. A comida e a água para o chimarrão são feitos no fogão campeiro a base de lenha. “Nós representamos muito para a cultura gaúcha. Somos nós que cuidamos, domamos e deixamos os cavalos prontos para os proprietários utilizar nos festejos gaúchos”, declara Borges.
Futuro domador
O ajudante de Borges tem apenas 13 anos. Eduardo Valendorf Soveral vai à escola pela manhã e a tarde ajuda a cuidar dos cavalos. A atividade preferida de Eduardo é encilhar e aprender a domar cavalos. “Fui criado no campo. Desde os quatro anos ajudo a cuidar dos cavalos. Eu laço também. Quero ser domador”, sonha o menino.
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