Produção agrícola passa pelas mãos do engenheiro agrônomo

Tecnologia aumentou a produtividade e ampliou o mercado de trabalho para este profissional

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Neste feriado do dia 12 de outubro, além de comemorar-se o dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida, também se homenageia os engenheiros agrônomos, profissionais que ajudam a agricultura ser mais produtiva e que atuam na pesquisa, educação, comércio e assistência técnica. Em Passo Fundo, a Faculdade de Agronomia da UPF, que neste ano completou 50 anos de atividades, já formou mais de dois mil profissionais. Somente no último ano, mais de 90 profissionais ingressaram no mercado de trabalho. A Faculdade é a única da instituição que oferece todos os níveis de ensino, desde a graduação até o pós-doutorado.

Aos 74 anos, o Engenheiro Agrônomo, Ivo Nunes, assumiu no mês de setembro o segundo mandato como presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Passo Fundo. Foi fundador da entidade e da faculdade de agronomia da UPF, onde trabalhou como professor. Nunes se aposentou na Secretaria Estadual da Agricultura no final da década de 1980 e desde então trabalha na assistência técnica e perícias judiciais. Neste ano completa 51 anos de profissão. Confira a entrevista:

O Nacional – A tecnologia está cada vez mais presente no campo e trouxe muitas mudanças nos últimos 50 anos. Como aconteceram estas transformações?
Ivo Nunes –
Fui testemunha ocular de muitas transformações. Na minha opinião, aconteceram três grandes eventos agronômicos. Nos anos 1960, uma campanha chamada “Operação Tatu”, que retirou amostras de terra, apontou as deficiências do solo gaúcho. A pesquisa resultou em um grande  salto na produtividade agrícola. Anos mais tarde, houve o advento do Plantio Direto, prática extraordinária que reduziu a erosão do solo. Por último, tivemos o advento das plantas transgênicas, que também proporcionaram uma maior produtividade.

ON – E como estas novas tecnologias refletiram na produtividade na região?
IN –
A soja, por exemplo, uma das principais culturas da região, aumentou a produtividade que variava entre 15 a 25 sacas na década de 1970, para hoje uma produção de até 80 sacas de soja por hectare. O milho também. Naquela época das lavouras tecnificadas, a produção era de 60 sacas. Hoje se consegue até 200 sacas por hectare. Isso tudo aconteceu graças ao trabalho da pesquisa, realizado aqui pela Embrapa, Faculdade de Agronomia da UPF e empresas do ramo.

ON – E qual o papel da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Passo Fundo?
IN –
A Associação se preocupa muito com estes avanços tecnológicos e por isso promove uma série de atividades para promover a atualização dos profissionais, como a Semana do Engenheiro Agrônomo, realizada anualmente nesta época do ano, que oferece palestras técnicas. Além disso, a Associação é a entidade que representa os profissionais em diversos órgãos de discussão, como o Conselho Municipal de Arborização Urbana, Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo e o Conselho Municipal de Desenvolvimento Agrário. Atualmente, reúne cerca de 130 agrônomos. 

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