A Doença Renal Crônica (DRC) pode ser atualmente entendida como um problema de saúde pública. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), estima-se que 2% de toda a população brasileira apresenta algum grau de disfunção renal. O Serviço de Nefrologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo com a intenção de dar apoio e oferecer a terapia renal substitutiva mais adequada aos pacientes, realizou um encontro multidisciplinar dias 04 e 05 de outubro, no Centro de Apoio do HSVP, com atualizações aos portadores de doenças renais em diálise peritoneal (DP). O evento contou com a participação de cerca de 100 pessoas.
“O paciente em diálise peritoneal possui maior independência em seu tratamento, realiza-o no domicílio após passar pelo processo educativo ministrado pelo enfermeiro e dirigi-se ao hospital uma vez por mês para consulta e coleta de exames”, explicou a enfermeira responsável técnica pelo Serviço de Nefrologia do HSVP, Vera Fortes.
Conforme ela, diálise peritoneal ao invés de utilizar um filtro artificial para “limpar” o sangue (como é feito na hemodiálise), utiliza o peritônio, que é uma membrana localizada dentro do abdômen e que reveste os órgãos internos.
“O encontro possibilitou congregar pacientes, familiares, cuidadores, profissionais, alunos, entre outros, para promover o cuidado, o lazer, a reflexão e a confraternização. Para que eles sintam-se mais próximos da equipe e estimulados a manterem o cuidado continuado com a diálise”, ressaltou Vera.
A presença das enfermeiras da Fresenius Medical Care e Baxter Hospitalar – responsáveis pela distribuição gratuita dos aparelhos e suprimentos necessários para os pacientes fazerem a DP, através de convênio com o Governo Federal – esclareceram inúmeras dúvidas dos participantes quanto à utilização dos equipamentos. “Mesmo com todos os treinamentos que tivemos, sempre restam algumas dúvidas que na maioria das vezes são esclarecidas pela própria equipe do HSVP. Geralmente faço o processo de DP à noite e neste horário, se tenho alguma dúvida, entro em contato com os representantes dos laboratórios”, destacou Olivar Castione.
Espiritualidade e confraternização
Além de atualização, os pacientes viveram momentos espirituais e de confraternização com café da manhã e almoço, onde compartilharam reflexões sobre a valorização da vida. “Através destes momentos é possível estabelecer um vínculo entre os pacientes e a equipe técnica que auxilia no tratamento, além de atualizar os conhecimentos das principais maneiras e facilidades da diálise peritoneal”, ressaltou a psicóloga Rosemeri Colombo Oliveira.
Para seu Olivar, que iniciou o tratamento com Hemodiálise, agora é uma nova fase onde a possibilidade de independência aumentou. “Eu esqueço que tenho problemas renais, voltei a trabalhar e a diálise peritoneal sou eu mesmo quem faço todo o processo. Devido a isso, tenho que sempre estar acompanhando estes momentos de atualização”.