O Projeto Bolha de Sabão desenvolvido pela Escola Estadual Nicolau de Araújo Vergueiro (EENAV) está resgatando a arte de fazer sabão com a utilização do óleo de cozinha. Um costume popular que foi deixado de lado após o surgimento da industrialização. A iniciativa atinge cerca de 140 alunos do último ano do ensino fundamental e cerca de dez professores que trabalham na sala de aula a história do sabão, o preço, dissertações, a produção e os benefícios da reciclagem do óleo para a preservação do meio ambiente. Os trabalhos serão apresentados na Feira das Ciências, no dia 25 de novembro.
Neste ano, os professores da escola se uniram em prol de uma temática do meio ambiente e descobriram muitas vantagens de reaproveitar o óleo de cozinha. Quando descartado irregularmente, esse dejeto causa acúmulo de gorduras nos encanamentos provocando entupimentos, refluxo de esgoto e até rompimentos na rede, além de contaminar a água dos rios. Alguns estudiosos afirmam que um litro desse resíduo líquido contamina um milhão de litros de água, o suficiente para uma pessoa usar durante 14 anos.
Até agora, a arrecadação só foi para produzir as unidades de sabão suficiente para ensinar os alunos. Foram utilizados oito litros de azeite e 16 quilos de gordura animal. Até agora foram realizadas quatro receitas que renderam cerca de 115 unidades de sabão.
A coordenadora do projeto, a professora de Ciências e Química, Thélli Camargo Faria Arsand, compartilha o desejo de tornar a escola em um ponto de coleta de óleo de cozinha e dar continuidade a produção de sabão caseiro. “Esperamos que haja uma melhor conscientização em relação ao meio ambiente e que esses alunos sejam multiplicadores dessa ideia”, disse a professora.
O aluno Henrique Luis Nespolo, de 17 anos viu pela primeira vez a fabricação do sabão caseiro. Ele disse que não achou muito fácil, mas que o meio ambiente merece. “Hoje, a oferta e diversificação de produtos que temos no mercado nos induz a compra. É mais fácil comprar no mercado do que fazer sabão em casa. Isso mostra que precisamos criar uma conscientização”, disse o aluno.
Outro estudante que faz parte do projeto revelou que quando morava no interior do município ajudava a mãe produzir sabão. “Não fazemos mais porque viemos morar na cidade. Mas lembro que fazíamos sabão de coco e as roupas ficavam com um cheiro muito gostoso”, lembrou Felipe Hoffmann, de 16 anos.
A coordenadora do projeto disse que o produto pode ser vendido a aproximadamente R$ 1,00 por unidade. A produção feita na escola não tem fins lucrativos. As unidades serão comercializadas para a comunidade escolar durante a Feira das Ciências com um valor simbólico.
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