A visão científica sobre o fenômeno Maria Elizabeth

Estudo mostra como o caso ganhou dimensão e quais foram os elementos que contribuíram para isso

Por
· 1 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Caravanas de fiéis de Maria Elizabeth de Oliveira, vindos de diferentes estados e de países vizinhos, principalmente Uruguai e Argentina, devem desembarcar em Passo Fundo, neste domingo, para acompanhar, às 10h, a missa do 46º aniversário de morte da menina considerada santa-popular. Vítima de um atropelamento em 28 de novembro de 1965, a jovem, de apenas 14 anos, ficou conhecida a partir de relatos de devotos sobre graças alcançadas. Considerada santa até mesmo por padres católicos, o enigma Maria Elizabeth despertou interesse no meio acadêmico.

Na dissertação de mestrado em história da UPF, defendida em 2006 pela  professora Márcia Fabiani, o tema ganhou  uma abordagem científica. Durante dois anos, ela vasculhou diversos materiais publicados sobre o assunto e um documentário, com o propósito de compreender a construção do imaginário popular religioso criado em torno de Maria Elizabeth, a partir de sua morte até 2005. “Meu trabalho não é uma discussão sobre fé, mas sobre como o fenômeno ganhou tal dimensão, quais foram os elementos que contribuíram para isso” explica a autora, que está há seis  anos radicada em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Na pesquisa, Fabiani aponta  o livro Uma Estrela no Céu, escrito por Fidelis Dalcin Barbosa, cuja   primeira edição foi publicada em 1969, como elemento fundamental neste processo. Para ela, a forma como o autor estruturou o livro e descreveu os fatos, iniciando com situações  que atestam o poder milagroso da menina e  identificando símbolos, evidencia a intenção dele em construir uma santidade em torno dela. “O livro é um marco fundador de uma das várias memórias de Maria Elizabeth, uma espécie de guia. Ele dá elementos que podem determinar  um certo tipo de conduta e visão de mundo dos fiéis” diz a autora. Fabiani também chama a atenção para as mudanças que a obra sofreu ao longo de suas 32 edições. Uma delas é a inclusão de mais um capítulo com 250 depoimentos, prova do crescimento do fenômeno ao longo dos anos. “Nas edições mais recentes, a santidade dela já não é mais questionada, é algo consolidado para o autor” comenta.

A notícia completa na edição impressa  e  digital do Jornal O Nacional.  Assine já! www.onacional.com.br/assinaturas

Gostou? Compartilhe