Importando mão de obra

Para driblar a escassez, construtoras trazem operários de cidades vizinhas e oferecem salários e benefícios atrativos

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O rápido avanço da construção civil nos últimos anos provocou uma corrida das construtoras para contratar mão de obra em cidades vizinhas. A falta de empregados preparados para erguer as obras inflacionou os salários e provocou uma disputa entre as empresas para contratar os melhores profissionais. Para conseguir dar andamento na construção de um prédio na Avenida Brasil, a Scorsatto Construções, loca toda a semana um ônibus para trazer uma média de 35 funcionários que moram nas cidades de Ronda Alta e Rondinha. O proprietário Andreizis Scorsatto, explica que os primeiros operários começaram a vir logo que a empresa se instalou em Passo Fundo, há cerca de 17 anos. “Eles eram nossos funcionários em Ronda Alta e decidiram nos acompanhar por causa dos salários e pelo grande volume de trabalho que existe em Passo Fundo”. Com o passar do tempo, mais pessoas ficaram interessadas, inclusive profissionais de outras áreas que optaram por mudar de ramo e trabalhar longe de casa para ter um emprego fixo, promissor e com salários melhores.

A construtora Walan de Canoas, responsável pelo residencial Planaltina, do Programa Minha Casa Minha Vida, confirma a escassez de mão de obra básica e a migração dos operários de diversas cidades do Estado para preencher as vagas. “Para completar o quadro e garantir o cronograma da obra, tivemos que trazer gente da região metropolitana e do sul do Estado”, explicou o assistente administrativo da Construtora, Jeferson Bordin.

O carpinteiro Rudinei Souza Lopes, de 50 anos, há muitos anos trabalha longe de casa. Em Passo Fundo, está há dois na construção do novo condomínio na Planaltina, mas já esteve em frentes em Novo Hamburgo e Marau. Natural de Capão do Leão, no Sul do Estado, ele percorre mais de 700 km todos os meses para visitar a esposa e os quatro filhos. “De mês em mês eu volto para casa. Dá umas nove, dez horas de viagem”. A vantagem para ele é a recompensa financeira. “Dependendo da empreitada, recebo 50% a mais do que eu ganharia na minha cidade. Compensar, não compensa, mas a gente que é pobre tem que trabalhar”, relatou.

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