Cinco milhões de veículos em solo gaúcho

No rol dos municípios com mais de 70 mil habitantes, Passo Fundo está entre as dez com maior frota, atrás apenas da capital do Estado

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Este mês, o Rio Grande do Sul atingiu a marca dos cinco milhões de veículos, segundo levantamento divulgado pelo Departamento Estadual de Trânsito – Detran/RS. A frota passo-fundense mantém a média de um veículo para cada duas pessoas. Entre os municípios gaúchos com mais de 70 mil habitantes, a capital do Planalto Médio encontra-se na 9ª colocação, com 93,5 mil veículos, uma posição à frente de Porto Alegre. Caso mantenha a média estadual de incremento (6,4% ao ano), ao final de 2012 o município terá aproximadamente 100 mil veículos.

O estudo realizado pelo Detran sobre a frota estadual apontaram um crescimento médio de 6,4% ao ano, de 2004 até agora, passando de 3,2 milhões naquele ano para 4,1 milhões, em 2008, até chegar ao valor obtido no final de 2011. Pela pesquisa, se a média de crescimento for mantida, em 2020, (marco que a ONU estabeleceu para que seja atingida a meta de redução em 50% das mortes em acidentes de trânsito no mundo) serão 8,7 milhões de veículos circulando em solo gaúcho.

Problemas

Se por um lado o crescimento dos veículos em circulação denota o aumento do poder aquisitivo da população, por outro viés evidência a problemática estrutural da maioria das cidades e inviabilidade do aumento constante da frota. Para ter uma ideia do volume de carros, motocicletas e utilitários do Estado, caso eles fossem colocados em fila indiana cobririam uma distância de cerca de 20 mil quilômetros - suficiente para ocupar uma estrada de Porto Alegre a Nova York em fila dupla.
Mas de acordo com o estudo, o motorista gaúcho começa a perceber as desvantagens do veículo particular: congestionamentos, custos cada vez mais altos com despesas de estacionamento, a própria falta de locais para estacionar, aumento dos furtos e roubos. Esses fatores tem tornado o carro, muitas vezes, um inconveniente, mais que um conforto. Assim, algumas pessoas buscam alternativas como morar mais próximo do trabalho, utilizar transporte público e transportes alternativos, como a bicicleta.

Sobre duas rodas

O aumento da frota de motocicletas é um reflexo dessa situação. Contornando as desvantagens dos congestionamentos e dos custos elevados de manutenção de um automóvel, a frota de motocicletas cresceu quase 97% no período, enquanto a de automóveis cresceu 45%. Hoje, as motos são 19,6% da frota gaúcha e, juntamente com os automóveis, totalizam 80% da frota gaúcha. Percentualmente, destacam-se também, em crescimento, a frota de utilitários que passou de 1,4 mil veículos, em dezembro de 2004, para 20,8 mil em dezembro de 2011 (incremento de 1.337%); e os tratores, que aumentaram a frota em 121%, passando de 2,6 mil para 5,8 mil no período.
As cidades com mais de 70 mil habitantes que registram maior concentração de motocicletas são: Lajeado, com 163 motos para cada mil habitantes; Santa Cruz do Sul, com 148; Santana do Livramento, com 143; Rio Grande e Sapiranga, com 137 e 132, respectivamente. Porto Alegre tem uma concentração de 57 motos para cada mil habitantes.

RS por regiões

As regiões com maior taxa de motorização (mais veículos em relação à quantidade de habitantes) são o Vale do Taquari e a Serra Gaúcha, com 577 e 576 veículos a cada mil habitantes, respectivamente. Já a região da Produção, capitaneada por Passo Fundo, conta com uma população de 338 mil habitantes e possui uma frota superior a 175,5 mil. Ou seja, 519 veículos a cada mil habitantes.

A posição do RS no ranking brasileiro
Dados do Denatran, que centraliza estatísticas de frota de todos os estados brasileiros, apontam que a maior taxa de veículos por habitante está na região Sul, destacando-se Santa Catarina, com a maior taxa do Brasil. São 587 veículos a cada mil habitantes. O RS ocupa a 5ª posição no ranking, com 480 veículos para cada mil habitantes (quase um para cada duas pessoas), bem acima da taxa do País, que é de 374 veículos a cada mil habitantes (um para três).

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