A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) alerta para que moradores da região de Erechim e Paulo Bento não utilizem a água do Rio Lajeado Henrique. Há cerca de uma semana foi despejado grande quantidade de detergente utilizado para limpar a gordura de tanques de indústrias de frigoríficos e abatedouros. Os responsáveis pelo crime ambiental ainda não foram identificados, mas moradores informaram à polícia que perceberam a presença de um caminhão bitrem suspeito na semana passada. A Polícia Civil de Erechim está investigando o caso. A Fepam informou que o material não deve chegar a Passo Fundo.
O despejo do material poluente aconteceu na Rodovia Transbrasiliana, às margens do Rio Lajeado Henrique. Segundo o sargento do 2º Pelotão Ambiental de Erechim, Juarez Antonio Pereira, desde a semana passada, a comunidade percebeu a cor da água esbranquiçada e com cheiro forte semelhante a sabão. Na manhã de terça-feira (03), os moradores chamaram a polícia devido a grande quantidade de peixes mortos como Jundiá, lambari e cascudo. A Fepam foi acionada para analisar a situação e fazer a coleta da água para apontar o tipo de material poluente. Os resultados apontaram a presença de detergente desengraxante utilizado para a limpeza de gordura.
A poluição aumentou o PH do Rio de 5 para 7.6. O gerente regional da Fepam, Luiz Fernando Rocha acredita que o PH pode ter chegado a 14. “O rio sofreu uma espécie de faxina em um raio de sete quilômetros provocando a mortandade de peixes e vegetais”, lamentou Rocha.
Os órgãos ambientais pedem aos moradores que não entrem em contato com o rio e afastem os animais como aves, bovinos e equinos para que eles não consumam a água. A Fepam encaminhou amostras de água para verificar a possível existência de metais pesados como chumbo e cádmio. “Esse material só se dissipará com chuvas fortes para lavar o leito do rio e pode demorar algumas semanas”, esclareceu o gerente regional da Fepam.
Rocha disse que as águas do Lajeado Henrique desembocam no Rio Erechim e seguem em direção ao Rio Uruguai. “Não deve atingir Passo Fundo, porque as águas desses rios atingidos correm paralelo ao Rio Passo Fundo”, esclareceu Rocha. A Fepam fará monitoramento do local a cada sete dias. Um relatório com fotos está sendo elaborado para ser entregue à Polícia Civil para a investigação do crime ambiental.