Depois de guardar a sete chaves durante dois anos, o carnavalesco da escola de samba União da Vila, Paulo Almeida, resolveu tirar da gaveta e levar para a avenida o enredo ‘A noite, seus mistérios e encantos’. O tema é a aposta da azul e branco para conquistar seu primeiro título no carnaval de rua de Passo Fundo.
“Vamos contar histórias de assombrações,bruxarias,os cassinos, as festas, enfim, tudo que acontece durante uma noite, do crepúsculo ao alvorecer. Tinha esse enredo engavetado desde 2010” revela Almeida. Pelas mãos dele passa a organização de todos os setores da escola. Além de definir o tema e compor a letra do samba, é ele quem contrata o pessoal, compra os materiais e confecciona as fantasias. Depois de um dia de trabalho intenso, à noite, ele assume a função de motorista. Morador do bairro Victor Issler, faz pelo menos três viagens, com seu carro, para levar os ritmistas até a sede da escola, na vila Luiza. Experiente, ainda auxilia na afinação da bateria. “Tem que ser muito apaixonado mesmo pelo carnaval para assumir uma responsabilidade como essa. Não sei explicar, acho que está no sangue” diz emocionado.
Única escola de samba com sede própria, a União já foi vice em três oportunidades e persegue seu primeiro título do carnaval de rua. A vice-presidente, Maria da Graça Silveira dos Santos, 60 anos, diz que a expectativa é sempre a melhor possível, mas faz questão de mencionar o desfile de 2007, quando diz ter sido injustiçada pelos jurados. “Poderíamos ter vencido aquele ano, mas vamos lutar novamente e fazer um belo carnaval na avenida” afirma.
A escola vai desfilar com aproximadamente 300 integrantes, distribuídos em sete alas e três carros alegóricos. Restando uma semana para o desfile, Almeida afirma que ainda há muito trabalho pela frente. O carnavalesco conta com o apoio da família Cavalheiro na confecção das fantasias, mas diz estar sentindo a falta do parceiro Jorge Pinheiro, afastado por problemas de saúde. “Ele me ajudava muito, tem muita experiência, principalmente nos acabamentos. Está mais difícil sem ele por perto” lamenta.
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