A previsão é de que na primeira semana do mês de março seja entregue à comunidade a obra do galpão de reciclagem da vila Donária. O local está passando pelos últimos ajustes para que possa começar a ser utilizado pelos catadores. Também em fase final de obra, porém com necessidade de 30 a 40 dias de trabalho ainda, o galpão do bairro Bom Jesus deverá ser o segundo a ser entregue pelo município este ano.
“O que está mais avançado é o da Donária. É uma estrutura muito boa mesmo. Agora é só dar o acabamento e poderá ser entregue”, destaca o secretário interino do Meio Ambiente, Glauco Polita. O cadastramento e organização dos catadores que trabalharão no local estão sendo feitos por uma equipe da Cáritas Arquidiocesana e pela Associação Beneficente Ensine a Pescar (Abep).
Segundo Polita, a ideia é continuar sempre agregando essas pessoas que trabalham de maneira informal, “levando-as para a formalidade. Neste sentido, estaremos ampliando com o objetivo de fechar os quadrantes da cidade, com um pavilhão para cada, caso exista a demanda de recicladores nessas regiões para que eles trabalhem organizados”, explica o secretário interino.
O principal objetivo é fazer com que os recicladores não precisem sair em busca do material diretamente nas ruas e sim tenham acesso através das cooperativas, como as que estão sendo formadas na Donária e Bom Jesus. “Nossa ideia é que os recicladores possam se associar ao trabalho realizado nesses galpões, ao processo todo da reciclagem. Com os galpões sendo operacionalizados, poderemos também saber o universo de catadores existente em Passo Fundo e quantos podem ser absorvidos nos trabalhos dos galpões”, projeta Polita.
De outro lado, o secretário afirma que ainda há muito para evoluir. “A realidade é que temos muito resíduo na cidade, temos muito ainda para evoluir com a seletividade e para que eles também possam trabalhar legalizados e que a gente possa levar este material para eles e não precisarem ir em busca desses materiais é que pretendemos ampliar a abrangência dos galpões”, ressalta.
Hoje existem diversos grupos de recicladores que trabalham em forma de cooperativas. Dentre eles estão a Associação Amigos do Meio Ambiente (AMMA), que atua na vila Popular, a Associação dos Recicladores da Vila Bom Jesus (AREV), o projeto TransformAção, a Associação de Recicladores do Parque Bela Vista (Recibela) e a Associação dos Recicladores de Passo Fundo, que atua na vila Industrial. “O pessoal da Recibela, por exemplo, está reivindicando um pavilhão no Parque Bela Vista e possivelmente sairá. Estamos vendo uma área pública que vai no futuro receber um pavilhão no bairro, via projeto de captação de recursos federais, para poder construir nos mesmos moldes do construído na Donária”, afirma o secretário interino
Controle dos animais
Outra ação que está sendo realizada no sentido de auxiliar as famílias que trabalham com reciclagem é a padronização do uso de animais de tração na via pública, “para poder ter um controle da situação sanitária do animal, dos cuidados que o condutor tem com o animal de carroça que transporta os materiais”, completa. O objetivo, segundo Polita é fazer um regramento geral e com o tempo, “quem sabe, a gente consiga não ter mais os catadores nas ruas e eles estarem nas cooperativas. Essa é a grande ideia, de eles serem empreendedores, trabalharem com os resíduos setorizados e sem esse conflito todo que traz hoje para a sociedade”, salienta.