Campanha da Fraternidade inicia na quarta-feira de cinzas

Início do debate promovido pela Igreja Católica sobre a saúde pública no Brasil será celebrado com missa

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"Que a saúde se difunda sobre a terra” é o lema que a Campanha da Fraternidade deste ano, promovida pela Igreja Católica, traz para a reflexão sobre a saúde pública no país. O período da Quaresma que inicia nesta quarta-feira de cinzas, 22, marca o lançamento da campanha anual. Em Passo Fundo, a solenidade de abertura acontece durante a missa das cinzas na Catedral Nossa Senhora Aparecida, a ser celebrada por Dom Pedro Ercílio Simon. A partir da data, será promovida uma ampla discussão sobre a realidade deste setor essencial e das políticas públicas na área. A intenção é contribuir na qualificação, no fortalecimento e na consolidação do SUS, em vista da melhoria da qualidade dos serviços, do acesso e da vida da população.

O primeiro ano da Campanha da Fraternidade foi 1964, desde então sempre são promovidas com temas referentes à vida do povo. “Nestes anos todos já tivemos debates sobre fome, terra, natureza, família, encarcerados, paz, drogas, entre os vários temas sempre ligados a uma realidade social, que acompanham o período da quaresma”, comentou o padre Mateus Danieli, vigário paroquial da Catedral. Para os católicos, os 40 dias que antecedem à Páscoa também são um tempo de caminhada espiritual. “É uma preparação para celebrar a vitória de Cristo sobre a morte. Para isso a Igreja nos propõe três virtudes: o jejum, a caridade e intensificar a prática da oração”, explica o religioso.

O padre afirma que a intenção é conscientizar pela reflexão nas celebrações, com grupos, com a catequese e com as pastorais. Danieli relata que durante os estudos de preparação, em dezembro do ano passado, a igreja manteve diálogo com órgãos da saúde pública do município. Hospital São Vicente de Paulo, Pastoral da Saúde e lideranças regionais da arquidiocese de Passo Fundo participaram do estudo prévio.

“É um período para refletirmos sobre o tema da campanha e a Igreja está preocupada não apenas em discutir a situação caótica da saúde pública no Brasil, mas também sobre a qualidade de vida das pessoas, que não é muito boa”, reflete. O vigário aponta que a campanha se propõe inclusive a repensar hábitos de vida, como a alimentação e o sedentarismo. Aspectos que corroboram na incidência de doenças diabetes, alterações de colesterol, pressão alta e infartos. Danieli ainda comenta a necessidade de melhorar a qualidade de atendimento às pessoas, não apenas como um doente a mais, mas como um ser humano que precisa de um tratamento com dignidade. “Que a saúde pública proporcione também qualidade de vida às pessoas. Não apenas o tratamento patológico, mas que o tratamento seja acompanhado de humanidade, carinho, respeito às pessoas. Esta é a grande reclamação ligada ao atendimento público: a demora, a espera nas filas, o que desumaniza a saúde”, completa.


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