A falta de chuva já prejudicou 90% dos municípios da regional da Defesa Civil de Passo Fundo que abrangem 84 municípios. A região mais afetada é a do Alto Uruguai. As maiores perdas registradas são nas culturas de milho, soja, feijão, erva-mate, citricultura, fumo e na produção do gado leiteiro e de corte. Desde novembro o déficit hídrico já chega a 200 milímetros. A Emater revela que a soja está numa fase crítica e é neste momento que ela mais precisa de água.
O coordenador adjunto da regional da Defesa Civil de Passo Fundo, capitão Ney de Câmara Neto, informou que neste mês decretaram situação de emergência os municípios de Carlos Gomes, Vila Lângaro, Erechim, Mato Castelhano, Maximiliano de Almeida, Gaurama, Itatiba do Sul e Viadutos. Ele disse que as perdas nas lavouras já aconteceram na sua totalidade e as ações nesse momento são para ajudar na revitalização dos poços e na distribuição de água para consumo em alguns municípios.
Conforme boletim divulgado na quinta- feira (16) pela Defesa Civil Estadual, 346 municípios do Estado estavam em situação de emergência.
Momento crucial para soja
A soja está na fase de formação de vagens e enchimento de grãos e é neste momento que ela mais precisa de água. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater, Cláudio Dóro, a planta precisa em torno de cinco milímetros de água diariamente. O ideal para a lavoura seria um acumulado semanal entre 40 e 50 milímetros. As temperaturas à noite estão ficando em torno dos 18ºC e de dia passam dos 30ºC. Além disso, a baixa umidade relativa do ar não está favorecendo. Essa falta de chuva reflete negativamente na produtividade das lavouras. “Observamos que as plantas entre às 10h e 17h murcham. Elas viram as folhas e ficam acinzentadas para se proteger da insolação. Está acontecendo o abortamento de flores e vagens por falta de umidade. Sintomas que comprovam o estresse hídrico”, explicou Dóro.
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