Só quem já foi presidente de bairro conhece realmente os desafios de lutar em prol da sua comunidade. Os líderes de bairro fazem quase que o papel de um vereador, mas não recebem salário para isso. No próximo dia 25 de março, o movimento comunitário realiza as eleições para escolher os novos presidentes das associações de moradores. A falta de participação é visível nesse pleito, onde apenas 63 bairros terão candidatos. Outros 25 ficarão sem representatividade. A falta de execução das reivindicações por parte do poder executivo desestimula possíveis candidatos. Além disso, com a mudança no Estatuto da Uampaf os presidentes não podem mais concorrer dois mandados seguidos.
Os presidentes de associações de moradores levam as demandas dos bairros até a administração municipal. São pedidos de melhorias em relação às ruas, iluminação pública, canalização e também pela construção de escolas, praças, moradias, unidades de saúde e outras dezenas de demandas que surgem diariamente nos bairros do município. A única ajuda de custo que eles recebem são vales transportes, que na maioria das vezes, não suprem as despesas.
Para o presidente da União das Associações de Moradores de Passo Fundo (Uampaf), Antonio dos Santos, o principal desafio dos presidentes é cuidar da sua comunidade e fazer com que o poder público realize as melhorias. “Eles participam de muitas reuniões que geralmente são realizadas durante o horário comercial. A falta de voluntariado é uma dificuldade de todos os movimentos. É um trabalho cansativo onde são solicitados vários pedidos e a minoria deles são atendidos. A cobrança recai sobre os presidentes e não sobre o poder público. Muitas vezes isso desanima”, disse Santos.
Mesmo com tantas dificuldades e cobranças, os presidentes de bairros afirmam que a luta em benefício do desenvolvimento do seu bairro é gratificante e a maior recompensa é quando são reconhecidos pela comunidade.
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