Sérgio Kapron, diretor da Agência Gaúcha de Promoção do Investimento (AGDI), esteve ontem (7) pela manhã em Passo Fundo conversando com o vice-prefeito Rene Cecconello e entidades empresariais. Na ocasião, ele apresentou o funcionamento do Núcleo de Extensão Produtiva e Inovação que será instalado no município na próxima quarta-feira (14). Em parceria com a Universidade de Passo Fundo (UPF) o Núcleo deverá assessorar as indústrias regionais que buscam o desenvolvimento.
“O governo do estado está reestruturando a capacidade do Rio Grande do Sul de promover o desenvolvimento, e para isso está sendo desenvolvida uma política ativa para um conjunto de temas”, explica Kapron. São três as grandes tarefas neste sentido: abrir oportunidades de mercado para o estado no mundo, promover investimentos e oferecer ajuda para as indústrias que apresentem problemas de processo ou de gestão de produto.
Para atender cada uma dessas tarefas, várias ações estão sendo desenvolvidas. Uma delas é uma missão que está sendo organizada para visitar a África do Sul. “Identificamos lá um grande nicho para o mercado de máquinas e implementos agrícolas, que fecha muito com a nossa região. Com isso vamos conectar o Rio Grande do Sul com esse mercado, ampliando as relações com o mundo”, destaca.
Para atingir o objetivo de atrair investimentos, a ideia é dar prioridade às empresas gaúchas. “A grande máxima nossa é que precisamos desenvolver o investimento, em primeiro lugar, das empresas que estão no Rio Grande do Sul. Em segundo lugar, das empresas nacionais que estejam aqui instaladas. E em terceiro lugar, as empresas que, mesmo de fora do país, estão instaladas aqui ou mesmo se uma de fora quer vir e investir aqui, estamos plenamente abertos e receptivos. Mas faremos a promoção do investimento e a valorização de empresas comprometidas com o Rio Grande do Sul”, projeta.
O terceiro ponto, de auxílio às indústrias, é o que será desenvolvido pelo Núcleo que será instalado em Passo Fundo e atenderá a região. “A terceira ação é mais dirigida às cadeias produtivas locais, de cada uma das regiões. O objetivo desse projeto, que tem uma referência no que foi o projeto extensão empresarial que existiu no estado alguns anos atrás e acabou sendo desativado, é ser um programa de extensionismo”, comenta o diretor.
O Núcleo funcionará em uma parceria com a UPF, que vai disponibilizar profissionais que vão até as indústrias para ajudar os empresários na solução de problemas de processo, de gestão de produto. “Mas não é só isso, eu diria que o grande desafio do extensionismo é ajudar várias empresas na ampliação do seu horizonte, na busca do recurso, na organização do planejamento, do projeto para ampliar a capacidade produtiva, ampliar o acesso à tecnologia e à inovação”, ressalta.
Como vai funcionar
De acordo com Kapron, o Núcleo terá pelo menos cinco extensionistas, que serão profissionais dedicados a atender as empresas e ajudar aquelas que querem organizar um projeto de investimento. “O grande desafio é fazer a tomada de decisão certa na ampliação do investimento, nossa prioridade não é só atrair investidor de fora, é ajudar o investimento local e estreitar relações com instituições de desenvolvimento e inovação”, enfatiza. Kapron lembrou ainda que o momento da conjuntura nacional exige isso. “Se fizermos um parâmetro de dez anos atrás, de quando fazíamos abordagens com as empresas, era sempre pedido de socorro para não fechar, pois não tinha perspectiva de crescimento da economia e todos disputavam o mesmo mercado. Hoje, mesmo com o problema do câmbio, que a presidente está atuando, temos uma perspectiva de crescimento e a postura das empresas é de querer avançar”, avalia.