O sol dos últimos dias não tem trazido somente o calor. Ele traz também um perigo: o alto índice de radiação ultravioleta. Desde fevereiro o índice tem ficado próximo ao nível máximo, que é 16 pontos na região de Passo Fundo. Somente na última semana, o índice foi até 12 pontos, que é considerado extremo (veja tabela). De acordo com o observador meteorológico Ivegndonei Sampaio, da Estação Meteorológica da Embrapa Trigo/Inmet, em alguns dias do mês de fevereiro, o índice foi de 14 pontos.
Além disso, neste verão as temperaturas máximas estão 4,1ºC mais altas que a média histórica. O alento para quem está cansado do calor e do sol forte é que a previsão aponta que a partir da próxima quarta-feira (14), a tendência é que as temperaturas declinem, principalmente pela proximidade do início do outono, que começa no dia 20 de março.
Contudo, até lá, ainda é preciso tomar cuidado e evitar a exposição excessiva ao sol, especialmente porque isto favorece o aparecimento do câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, o câncer mais frequente é o de pele. A doença corresponde a cerca de 25% de todos os tumores diagnosticados em todas as regiões. A radiação ultravioleta natural, proveniente do sol, é o seu maior agente causador.
O principal alerta do Inca é que em decorrência da destruição da camada de ozônio, os raios UV-B, que estão intrinsecamente relacionados ao surgimento do câncer de pele, têm aumentado progressivamente sua incidência sobre a Terra. Da mesma forma, tem ocorrido um aumento da incidência dos raios UV-C, que são potencialmente mais carcinogênicos do que os UV-B.
Índice Ultravioleta
O Índice Ultravioleta (IUV) é uma medida da intensidade da radiação UV, relevante aos efeitos sobre a pele humana, incidente sobre a superfície da Terra. O IUV representa o valor máximo diário da radiação ultravioleta. Isto é, no período referente ao meio-dia solar, o horário de máxima intensidade de radiação solar. Como a cobertura de nuvens é algo muito dinâmico e variável, o IUV é sempre apresentado para uma condição de céu claro. Isto é, para ausência de nuvens que, na maioria dos casos, representa a máxima intensidade de radiação. O IUV é apresentado como um número inteiro. De acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde, esses valores são agrupados em categorias de intensidades.
Como se proteger
Para auxiliar as pessoas no cuidado com a exposição ao sol, o Inca elaborou algumas dicas. Confira.
* Para a prevenção não só do câncer de pele como também das outras lesões provocadas pelos raios UV é necessário evitar a exposição ao sol sem proteção. É preciso incentivar o uso de chapéus, guarda-sóis, óculos escuros e filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre e evitar a exposição em horários em que os raios ultravioletas são mais intensos, ou seja, das 10 às 16 horas.
* Nem todos os filtros solares oferecem proteção completa para os raios UV-B e raios UV-A. Além disso, suprimem os sinais de excesso de exposição ao sol, tais como as queimaduras, o que faz com que as pessoas se exponham excessivamente às radiações que eles não bloqueiam, como a infravermelha. Criam, portanto, uma falsa sensação de segurança e encorajam as pessoas a se exporem ao sol por mais tempo.
* O uso do filtro solar não tem como objetivo permitir o aumento do tempo de exposição ao sol, nem estimular o bronzeamento. É importante lembrar, também, que o real fator de proteção varia com a espessura da camada de creme aplicada, a freqüência da aplicação, a perspiração e a exposição à água.
* É recomendado que durante a exposição ao sol sejam usados filtros com FPS de 15 ou mais. Também devem ser tomadas precauções na hora de se escolher um filtro solar, no sentido de se procurarem os que protegem também contra os raios UV-A. Os filtros solares devem ser aplicados antes da exposição ao sol e reaplicados após nadar, suar e se secar com toalhas.