Sociedade repercute retirada dos crucifixos

Decisão do tribunal para retirada de crucifixos e símbolos religiosos nos prédios da Justiça gaúcha gera debate.

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Na última terça-feira (06), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) determinou por unanimidade a retirada dos crucifixos e símbolos religiosos dos espaços públicos nos prédios da Justiça do estado. A retirada foi um pedido da Liga Brasileira de Lésbicas e outras entidades sociais. O Desembargador Cláudio Baldino Maciel foi o relator da matéria e afirmou em seu voto que o julgamento feito em um tribunal sob expressivo símbolo de uma igreja não aparenta ser a melhor forma de mostrar o Estado-juiz equidistante dos valores em conflito.

Para o católico e diretor da Rádio Planalto, Neuro Zambam, não é um símbolo religioso que vai definir a identidade de uma instituição, muito menos influenciar uma decisão. “Nós vivemos em uma sociedade democrática e plural, uma sociedade que não depende de nenhuma filiação religiosa para sua organização. Não vai ser a presença de um símbolo religioso que tornará a justiça mais ou menos justa ou mais ou menos equitativa”, enfatizou. Segundo ele, o compromisso com a justiça e o tratamento igualitário está na origem do cristianismo, e que a maior demonstração de tal é a conduta de seus seguidores.

Para o coordenador geral do Plural Coletivo LGBT, Ronaldo Canabarro, a posição tomada pelo judiciário é correta porque não há necessidade de manter símbolos religiosos em espaços que são laicos. “Não há por que instituições como o judiciário terem símbolos que são estritamente da Igreja Católica. Temos que respeitar essa laicidade em todas as instâncias, visto que há uma enorme diversidade de religiões e matrizes religiosas no país”, afirmou. O que mais lhe preocupa é a questão do fundamentalismo religioso. “O que se vê na atualidade é uma influência muito grande de fundamentalismos religiosos, especialmente dos evangélicos, que interferem em políticas públicas referentes aos direitos humanos, impedindo o avanço nessa área. O estado deve assegurar a todos o direito da escolha de religião e ao mesmo tempo manter essa seriedade para não haver interferências”, aponta.

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