Segundo o observador meteorológico da Embrapa/INMET, Ivegdonei Sampaio, desde 1959 não havia um mês em Passo Fundo com dez dias consecutivos marcando média de temperatura acima de 31ºC. Além disso, foram 11 dias sem chuva com média de 10h de insolação diária. O calorão aumentou a evaporação da água pelo ar, diminuído a média da umidade relativa do ar de 75% para 65%. “Desde novembro até fevereiro, onde estamos com chuvas abaixo media, estamos com déficit hídrico. Seria necessário 350 mm para repor a água no solo, nos reservatórios, enfim, para voltar à normalidade”, disse Sampaio
Neste verão, a temperatura mais alta foi exatamente no dia em que iniciou a estação, 22 de dezembro, onde os termômetros marcaram 35,9ºC. A segunda máxima foi de 34,7ºC em 19 de fevereiro. Já especificamente em março, a máxima ocorreu no dia 7, marcando 33,2ºC, sendo que no ano passado a máxima foi de 32ºC. O dia 12 de março de 2005 registra a maior temperatura no mês nos últimos 32 anos: 36ºC.
Mesmo com todo esse calor, a maioria das pessoas enfrenta inúmeras variações climáticas ao longo do dia, devido ao entra e sai em ambientes climatizados. Isso reflete diretamente na saúde, é o que explica a pneumologista Anelise Lorenzone Weissheimer, que atende em Passo Fundo. "O idoso e a criança estão mais suscetíveis a se contaminarem por que geralmente estão desidratados, já que geralmente ambos esquecem de tomar líquidos", justifica. Desta forma, é bastante comum pegar uma gripe em pleno verão. Weissheimer atenta para a importância de manter uma boa alimentação, com alimentos ricos em vitamina C, e de ingerir bastante líquido.
Até 50ºC
O futuro também é quente. Projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam para aumentos de até 2,5% nas temperaturas médias nos próximos oito anos. As médias ficariam até 7% acima da média no final do século atual, beirando os 50ºC, fator que modificaria de maneira drástica a vida humana no planeta. Um dos motivos para o aumento de temperatura é a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera – a queima de combustíveis fósseis, como petróleo, é uma das mais citadas. No Brasil, a emissão de gás carbônico subiu 62%, atingindo 2,35 bilhões de toneladas emitidas entre 1990 e 2005, conforme levantamento do IBGE realizado em 2010.
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