As perdas nas lavouras de soja já estão consolidadas e nem mesmo a chegada da chuva pode reverter esse quadro. No entanto ela serve para amenizar os problemas enfrentados pelos agricultores da região. As precipitações contribuem neste momento para o desenvolvimento de pastagens, para a produção de frutas e hortaliças e também para dar mais uniformidade aos grãos da soja tardia.
O Estado deve colher nesta safra 7,5 milhões de toneladas de soja. O total está 34% abaixo do que era estimado quando do início da implantação das lavouras. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo Luiz Ataídes Jacobsen o que se observa no início da colheita é de grãos com pouca qualidade. “Com a proximidade e o início de colheita estão se verificando resultados muito distintos entre um município e outro, e mesmo dentro de uma mesma lavoura dependendo da época de plantio”, observa. Os grãos colhidos são pequenos e pouco uniformes. Grãos maduros, não secos, verdes ou não completamente formados estão misturados o que diminui a qualidade do produto colhido.
Baixíssima produção
A variação da produtividade até o momento é enorme. Enquanto os melhores resultados registrados até agora sejam de 32 sacas colhidas por hectare. Em outras, o volume varia entre oito e 10 sacas. Essa produtividade não cobre se quer o custo de produção. Os produtores que estiverem amparados pelo Proagro podem recorrer a ele para pelo menos cobrir os valores investidos no campo. Mesmo com a baixa produtividade o produtor está recolhendo os grãos do campo. Em alguns casos a colheita em algumas áreas da lavoura é inferior a três sacas por ha.
Chuva que alivia
A chuva pode influenciar positivamente às variedades de soja mais tardias. Não terá interferência no volume, mas contribuirá para que os grãos entrem em um processo de maturação mais uniforme. As pastagens também são beneficiadas, bem como o milho plantado em resteva nas lavouras colhidas recentemente, as hortaliças e também produções de frutas.
Preço
A cotação da soja no balcão tem sido alavancada nos últimos dias. A cotação de R$ 47,50 é influenciada também pela desvalorização do Real frente ao Dólar. “Há toda uma expectativa de que, em mantendo-se o Dólar nessa situação, as cotações devem se alavancar no mercado”, pontua o engenheiro agrônomo. Junto a isso, o último relatório do Departamento de Agricultura dos EUA apresentou um quadro de oferta e demanda bastante apertado. “Houve, em relação ao relatório do mês de fevereiro, uma substancial redução das estimativas e isso tem ajudado naturalmente o preço e colaborado para uma evolução positiva”, acrescenta. Jacobsen destaca que a expectativa no mundo de colheita da soja era de 251,4 milhões de toneladas em fevereiro e baixou para 245 milhões em março. “Está bem abaixo do consumo, o que tem reduzido os estoques de passagem e como consequência um crescimento nas cotações”, avalia.
Chuva que não salva, mas alivia
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