O palco para um fabuloso espetáculo com direito a soldados medievais, bispo, feiticeiro, algoz, donzelas, princesas, monges, bobos da corte, fidalgos e aldeões. Os mais incautos podem reduzir assim o cenário montado para o ambiente que se configura como casa de uma das mais importantes competições de hipismo do país. O IV MD Horse Show transcendeu a esfera de competição hípica para virar nesta edição, mais do que nunca, um show temático. Os estandes de expositores compõe a “Vila MD” apelidada de Vila la Mancha, em referência ao personagem de Miguel de Cervantes, o cavaleiro mais célebre da literatura universal. Cavalheiros, amazonas e cavalos disputam a atenção com um meticuloso cenário povoado por personagens medievais. O ambiente de séculos passados foi transposto através de estrutura cenográfica, passando pela confecção do material gráfico, brindes e premiações até o cardápio que será oferecido no jantar de confraternização dos competidores.
“Resgatar os valores de ética, honra e lealdade no esporte hípico, em nosso entendimento é algo que antecede uma mudança de valor para a vida social. É algo que pode vir a transcender e ser levado para a vida em comunidade”, comenta a idealizadora deste universo que parece saído dos contos de fadas, a diretora de produção do evento, Roberta Franchini Borges. Ela conta que a ideia de realizar um evento temático surgiu através de uma reflexão proposta pela FEI - Federação Equestre Internacional. O órgão máximo do hipismo no mundo instigou que as entidades envolvidas com o esporte promovessem a ética dentro da modalidade. A proposta medieval surgiu para resgatar valores através dos princípios dos cavaleiros medievais.
Os garçons estão vestidos de monges, recepcionistas de princesas e membros da equipe de apoio como aldeões. Foram confeccionadas 120 vestimentas, 30 destinadas aos atores e as demais para caracterizar a maior parte da equipe que trabalha em diferentes setores do Haras MD. Entre tantos personagens que atraem a atenção do público, não é possível encontrar a figura central do evento, aquele que encarna os ideais de nobreza. O cavaleiro não veste fantasia alguma, mas enfrenta obstáculos reais na pista com seu fiel amigo, o cavalo. “O Dom Quixote está incutido em cada um dos cavaleiros atuais que fazem as provas. Eles são os nossos Dom Quixotes, nossos cavaleiros que fazem parte da história e que vão deixar seus nomes gravados por momentos de grandeza vividos no esporte”, ilustra Roberta.
“Os competidores não sabiam (da proposta temática), literalmente foi uma surpresa. Eles deduziram alguma coisa quando começamos a encaminhar os convites, todos eles em pergaminho, com uma ideia diferente de comunicação”. Este foi apenas um dos detalhes minimamente planejados para que a aura de fantasia fosse criada, o que incluiu convites para o jantar de confraternização entre os competidores selados com cera e sinete que leva a logomarca do evento. “Tentamos envolver todos nesta grande brincadeira, nesta grande história”. Roberta admite que o primeiro impacto é visual, mas que esta é uma forma para seduzir o público para o esporte e levar os atletas a refletir sobre os valores propostos. Ainda de acordo com a diretora de produção do evento a ideia é que os visitantes comecem achando bonito e terminem entendo as regras do jogo, “da batalha”. Como o evento é aberto para a comunidade e visa minimizar o caráter elitista da modalidade, a proposta é que a partir do encantamento visual as pessoas se interessem pelo esporte e compareçam aos próximos eventos. “Esperamos que todos se encantem com um esporte que depende de dois corações e dois cérebros pensando juntos, da sintonia e troca entre homem e animal”, completa a idealizadora desta viagem no tempo.
Serviço
Data: até domingo (25/03)
Local: Centro Hípico e Haras MD, estrada Santa Antão, s/nº
Promoção: Centro Hípico e Haras MD - PD Eventos
Entrada franca