A bola de neve começou com algumas contas que Veridiana Nunes, 28 anos, tinha em algumas lojas. Para dar a volta, ela recorreu a um empréstimo com um banco. O valor não foi suficiente para quitar as dívidas e ela acabou precisando recorrer a outro empréstimo, ou melhor, mais dois. Hoje, a dívida com os bancos, mais carnês de lojas comprometem toda a renda da técnica de enfermagem. Uma pesquisa desenvolvida pela Empresa Júnior da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da UPF, por encomenda do Balcão do Consumidor, mostra que esta é a realidade de 13,4% da população passo-fundense. Essa parcela da comunidade tem mais de 71% da renda comprometida com dívidas das mais diversas.
Os dados foram apresentados na manhã de sexta-feira (23) pela equipe coordenada pelo professor da UPF Jucemar Zilli. A pesquisa mostrou ainda que a maior parte das pessoas endividadas é do sexo feminino (57,1%), casados (47,5%), e com renda bruta familiar entre R$1.091 e R$ 4.360. Essa é a realidade de Veridiana que muitas vezes não consegue quitar todas as contas do mês apenas com o próprio salário. “Com quem a gente pode, a gente vai negociado. Um mês paga a metade da parcela, em outras paga os juros”, conta.
Muitos endividados
Atualmente 71,4% da população está pagando algum tipo de dívida, principalmente em lojas, cartão de crédito e financiamento de veículos. Desse total, 33% não sabe o quanto está devendo ou sabe somente o valor das parcelas. Além disso, 47,3% não sabe qual a taxa de juros que está sendo cobrada nas suas dívidas. Em contrapartida, quase 76% das pessoas dizem pagar em dia as suas contas e 13,8% tenta negociar quando tem alguma dificuldade. Outros 7,1% se disseram inadimplentes.
Do total, 9,8% admitiu gastar mais do que ganha e 15,6% não comparam o que ganham com o que gastam. Por outro lado, 24,3% fazem o controle para não gastar mais do que ganham. Outro comportamento mostrado pela pesquisa diz respeito a pesquisa de preços. Mais de 20% disse não pesquisar, contra 71,4% que comparam os preços.
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