O pipoqueiro do hipismo, o mineiro, o pipoqueiro nota dez, a melhor pipoca do Brasil. São vários os títulos e apelidos que Carlos Alberto Pires acumula na sua trajetória. Há pelo menos 15 anos o pipoqueiro mineiro de 51 anos viaja o Brasil vendendo suas guloseimas em eventos de hipismo. A dedicação com que faz o seu trabalho e o sabor de suas pipocas, amendoins e coco cobertos com caramelo fizeram do senhor simpático uma figura querida das competições de hipismo no Brasil.
Pires vendia suas guloseimas em frente a uma escola em Minas Gerais quando conheceu o cavaleiro Vitor Alves Teixeira. “Ele tinha filhos que estudavam na escola e lá me conheceu e me convidou para participar de um evento de hipismo. De um fui indo para outro e outro, e já faz 15 anos”, conta. A primeira viagem foi para uma competição em Brasília, de lá pra cá ele já viajou para várias cidades de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Parceiros de viagem
Amigo de grandes nomes do hipismo brasileiro ele sempre encontra parceiros para garantir as suas viagens e a participação nos eventos. José Roberto Reynoso Fernandez Filho, Vitor Alves Teixeira e Denis Gouvea seguidamente emprestam lugares nos caminhões que transportam os cavalos para que ele possa levar a carrocinha da pipoca. Com toda essa proximidade com o esporte ele conta que já entende um pouco sobre as provas e sempre aproveita para acompanhar quando tem um tempo livre. “Mas nunca montei num cavalo”, afirma.
Em cada viagem ele aprende coisas novas e também precisa arrumar formas de definir o que vende. Os amendoins caramelizados, por exemplo, são chamados de praliné em Minas Gerais, de cri-cri em vários lugares, e como carapinha em Passo Fundo. Aqui, ele descobriu que em algumas cidades da serra gaúcha, os amendoins com caramelo são chamados de pivica. E ele fez questão de repetir para gravar o nome e poder contar isso em outras situações.
Mais de 500 pipocas
Na segunda vez em Passo Fundo, ele conta que vendeu mais de 500 pipocas doces e salgadas e de 70 porções de coco com caramelo (chamado de beijinho-doce em Minas). A família dele mora próximo da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte e também vende guloseimas na cidade. Algodão-doce, maçã do amor e milho cozido completam a lista. Apenas neste mês, a viagem para o Rio Grande do Sul já é a quarta. “Passo mais tempo na estrada do que em casa”, diz. Mesmo assim ele confirma que estará presente no próximo evento que será realizado pelo Haras MD em setembro.
Cuidado especial
Amigo de José Roberto Reynoso Fernandez Filho, ele tem um cuidado especial para preparar a pipoca do filho do cavaleiro. “Tenho um filho que tem alergia a manteiga, não pode comer nada com manteiga, e ele sempre tem o cuidado de fazer a pipoca da maneira que tem que ser. É o pipoqueiro nota 10”, diz Zé Roberto. O cavaleiro conta ainda que em um dos eventos em que Pires estava trabalhando ele desapareceu e todos os cavaleiros sentiram a falta dele. Em outro concurso eles o reencontraram e descobriram que ele tinha passado por um problema de saúde. “Toda vez a gente brinca com ele pra saber como que está a saúde. E temos essa amizade. Ele acompanha todos concursos. É uma pessoa bem especial”, finaliza.