Na expectativa de comercializar os tradicionais artesanatos de páscoa, aproximadamente 60 índios caingangues, entre adultos e crianças, das reservas de Planalto, Serrinha, Guarita e Ligeiro, estão acampados, desde o início da semana, nos fundos da Estação Rodoviária, às margens do rio que dá nome ao município. Eles passam a noite em barracos improvisados de lona e, durante o dia, se espalham pelas áreas mais movimentadas da cidade para vender cestas, balaios e ramalhetes de macela. A maior concentração acontece na avenida Brasil, entre a Bento Gonçalves e Sete de Setembro.
Sem recurso para viajar à Capital, Pedro Efrasio decidiu trazer a família (esposa, três filhos e a neta) pela primeira vez a Passo Fundo. Morador da reserva de Planalto, ele pretende comercializar aproximadamente 500 cestas até o domingo de Páscoa. Os preços variam de R$ 4 a R$ 25, dependendo do tamanho. Já a macela custa entre R$ 2 R$ 3, cada ramalhete. Loidenice Joaquim, 29 anos, deixou o marido e três filhos na reserva de Guarita, e viajou acompanhada das primas. Das 85 cestas, já conseguiu vender 30, mesmo assim, acredita que o movimento ainda está fraco. “As pessoas reclamam dos preços, também não podemos ficar em frente aos bancos” afirma. Jair Cândido, 30 anos, tenta inovar nos detalhes das cestas, reproduzindo imagens de coelhos. Junto com a esposa e os quatro filhos, ele ajusta os detalhes das cestas no acampamento antes de partir para as ruas. Morador de Ronda Alta, a família tem a intenção de vender aproximadamente 45 cestas.