Encravado em uma área verde do bairro São José, distante aproximadamente oito quilômetros do centro da cidade, está um dos pontos de maior beleza natural de Passo Fundo. Lembrado principalmente durante o verão, pelos riscos que oferece aos banhistas que procuram suas águas profundas, o lago da antiga pedreira da Ergo, com cerca de 20 hectares que o circundam, poderá ser sede do Batalhão de Operações Especiais, o BOE, da Brigada Militar, e de uma escola militar para a formação de militares.
O projeto, conforme o comandante do CRPO-P, tenente-coronel João Darci Gonçalves, ainda não está detalhado no papel, mas a expectativa é de que seja levado em frente. Essa é a segunda tentativa de potencializar, na opinião de especialistas, uma área considerada privilegiada para o desenvolvimento do turismo ecológico. Além da beleza natural, a propriedade, pertencente ao Estado e cedida à BM, está sobre uma vereda de pequenas nascentes formadora de cinco das 25 bacias hidrográficas existentes no Estado: Passo Fundo, Alto Jacuí, Rio da Várzea, Apuaê-Inhandava e Taquarí-Antas. Juntas, elas são responsáveis pelo abastecimento de 61% dos municípios gaúchos.
A primeira iniciativa de garantir a conservação do local aconteceu em 2003, a partir de um projeto elaborado pelo professor universitário e engenheiro civil, Ailson Barbisan. Na monografia de conclusão do curso de pós graduação em Tecnologia Ambiental, da UPF, ele apresentou o trabalho Planejamento ambiental sustentável e recuperação de áreas degradadas pelas atividades de mineração/pedreira, onde sugere a criação de um parque ambiental. Dois anos mais tarde a ideia chegou a ser debatida entre ecologistas, representantes de pastas relacionadas com o assunto, como a Secretária do Meio Ambiente, e a recém-criada Fundação Zoobotânica, Cultural e de Turismo da Roselândia (Funzoctur). A proposta ganhou espaço nos meios de comunicação de Passo Fundo mas não prosperou.
Secretário do meio ambiente naquele período, Clóvis Alves afirma que o principal entrave foi o fato de a área pertencer ao Estado. “Iniciamos as tratativas, mas não conseguimos avançar nessa questão. É uma pena, porque o lugar tem todas as condições para ser transformado em uma atração turística ecológica para o município” comenta. O então diretor da Funzoctur, Alexandre Rodrigues, também participou de algumas reuniões sobre o assunto e divide a mesma opinião. “Realmente é um lugar muito bonito, mas sem a transferência da área para o município, inviabiliza o projeto” afirma.
Barbisan reconhece o obstáculo a ser transposto, mas não perde a esperança de ampliar e aplicar, na prática, as ideias defendias em seu estudo. Ele vê com otimismo a intenção da Brigada Militar em desenvolver atividades naquela região, e diz que uma iniciativa não exclui a outra. “Há espaço suficiente para ambos os projetos. Na verdade, a presença constante da Brigada Militar naquela área, seria importante para manter a segurança dos turistas” avalia.
A notícia completa na edição impressa e digital do Jornal O Nacional. Assine já! www.onacional.com.br/assinaturas.
Agora também disponível para iPad e iPhone. Acesse a App Store e baixe o aplicativo grátis