Aproximadamente mil fiéis se reuniram na tarde de Sexta-feira Santa, na igreja Catedral, para a Procissão do Senhor Morto. Considerada uma das celebrações mais tradicionais da igreja católica, a imagem seguiu carregada nos braços dos fiéis ao som de cantos e orações. A procissão contornou a praça Marechal Floriano e emocionou o público, formado por crianças, adultos e idosos. Emilia Almeida, 80 anos, participa da celebração há pelo menos 10 anos. Acompanhada da filha, Eronilda Almeida, 53, e da neta, de 13 anos, a tradição é mantida pelas três gerações da família. “Não posso deixar de participar dessa procissão, afinal de contas, ele é o nosso Pai. Cristo é um parente nosso que morreu e estamos aqui para o velório. Acho muito triste ver ele deitado, morto, mas sabemos que ele ressuscita no domingo de Páscoa”, diz emocionada.
Para o padre da Catedral, Mateus Danieli, a grande quantidade de fiéis presentes na procissão, significa a identificação das pessoas com a morte de Jesus. “Faz parte da nossa história nos solidarizarmos com o sofrimento, com a dor dos outros. Essa é uma característica do ser humano, principalmente quando alguém necessita de ajuda”, afirma. Ao final procissão, os fiéis formaram longas filas dentro da igreja para tocar na imagem.
A programação da Sexta-feira Santa prosseguiu à noite, na Catedral, com a encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, realizada pelo grupo Movimento de Casais Jovens. São pelo menos 30 pessoas envolvidas diretamente no trabalho. Por cerca de uma hora, eles reproduzem o sofrimento de Cristo, desde o momento da traição de Judas, até ele ser pregado na cruz, para depois ressuscitar. “Somos um grupo de atores amadores. Nosso objetivo é emocionar o público com a história de Cristo. Para quem trabalha na peça não tem como descrever a gratificação”, afirma Alexandre Vieira, um dos coordenadores do trabalho. A programação da Semana Santa encerrou ontem, com a missa da Ressurreição.