Missionárias de Maria Auxiliadora, de Passo Fundo, estará em festa neste final de semana, para comemorar os aniversários das irmãs biológicas Catarina Momo, que no dia 25 de abril, completa 100 anos, e Margarida Momo, que em agosto faz 90 anos. A antecipação da data é uma homenagem às irmãs que seguiram vidas separadas pelo mesmo caminho religioso.
Perto de fazer 100 anos, a figura frágil da irmã Catarina logo dá lugar a uma mulher forte e obstinada, quando começa a lembrar de sua trajetória. Aos 14 anos, trocou a casa dos pais pelo internato. Era Natal de 1929 quando foi admitida na Congregação. “Um dia uma estrela passou lentamente no céu, então aproveitei para pedir qual seria meu caminho. Escutei o chamado de Deus e o atendi. Foi difícil, sentia muita saudade da minha mãe, do meu pai, dos irmãos. Mas consegui superar tudo isso” recorda. Com uma memória apurada, irmã Catarina lembra com saudades e orgulho da época em que trabalhou como enfermeira no hospital de Getúlio Vargas. Foram 25 anos dedicados aos pacientes. “Ajudei a fundar aquele hospital. Fazia de tudo lá. Atravessava a noite trabalhando. Tinha uma técnica especial para pegar a veia das crianças e aplicar injeção. Não via os pacientes como doentes, mas como criaturas de Deus” conta.
Irmã Catarina lembra da saúde frágil na juventude e brinca ao falar sobre o fato de ter alcançado 100 anos. “Sempre pensei que morreria aos 25 no máximo 30 anos. Era muito frágil, franzina. Tive problemas de estômago, passei por cirurgia, mas fui indo. Nunca imaginei chegar tão longe” diz sorrindo. Com a ajuda de um andador, ela se locomove sozinha pelos corredores do abrigo. “Ela se veste, arruma a cama dela, se alimenta sozinha. Temos um cuidado na hora do banho. É uma pessoa que reza muito. Está sempre com o terço na mão” revela a coordenadora da casa Fraternidade Bethânia, irmã Tânia Volpatto.
Margarida tinha apenas cinco anos quando a irmã trocou a casa dos pais pelo colégio interno. Mais tarde, foi a vez dela seguir o mesmo caminho. “Eu tinha uns 20 anos, quando entrei para a vida religiosa. Lembro que a mãe nos levava ao colégio para visitar Catarina”. De uma família de 13 filhos, apenas duas tornaram-se freiras. Margarida passou por várias cidades, inclusive em Santa Catarina, onde sempre desempenhou a função de professora nas séries iniciais. Há cerca de um ano, ela foi transferida para a Fraternidade Bethânia, onde passou a conviver ao lado de Catarina. “Depois de uma vida inteira separadas, agora estamos juntas novamente. Vou antecipar meu aniversário para comemorarmos na mesma data ” afirma. As datas serão celebradas no sábado, na casa provincial, com um almoço entre religiosas e familiares. Antes, acontece uma missa.