Aprendendo jogando

Seminário sobre inclusão digital reforça o fator educativo dos jogos eletrônicos nos dias atuais

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O entretenimento também pode ser usado para aprendizagem, este foi um dos fatores reforçados pelo 1º Seminário Nacional de Inclusão Digital, que aconteceu entre os dias 16 e 18 de abril no campus I da UPF. Entre as várias atividades desenvolvidas pelo seminário, destacou-se nesta quarta-feira o campeonato de Savage 2, game do gênero RPG massivo online para múltiplos jogadores, conhecido popularmente como MMORPG. A competição premiou os melhores colocados com fones de ouvido especiais para jogos.

Savage 2  é um software livre de código aberto – você baixa e joga gratuitamente – e pode ser jogado qualquer sistema operacional (Mac OS, Linux e Windows). Ele pode ser baixado no endereço http://www.savage2.com/en/download.php. Utilizando a estratégia como principal característica, a dinâmica do jogo é formar uma equipe e defender sua base, além de destruir a base dos inimigos. No processo de formação do time e da estratégia tanto para ataque quanto para defesa, o jogador desenvolve habilidades como raciocínio lógico, trabalho em equipe e coordenação motora.

O professor, pesquisador e coordenador do Senid, Adriano Canabarro Teixeira, explica que o objetivo é criar um espaço para o uso de games como ferramenta educacional. “A gente quer criar um espaço se dando conta que os games, mesmo alguns jogos tendo um viés de violência, também tem tantas outras possibilidades educacionais que podemos utilizar quanto educadores da área de informática educativa e entender de uma vez por todas que os games educacionais não têm o mesmo apelo que os jogos mais famosos, aquele que a gurizada joga na sua casa, na lan house”, diz.

A ideia de criar os campeonatos e o Espaço Games, que disponibilizou um Xbox 360 e um Playstation 3 para o público testar, também visa os docentes da área. “É importante que nós, professores e pesquisadores da área de inclusão digital, possamos sair da posição de observadores e interagir com isso, conhecer quais são as habilidades exigidas, quais são desenvolvidas na interação. O que vamos fazer é compreender para poder apropriar, utilizar em uma perspectiva educacional, de desenvolvimento de habilidades, de competências, de cidadania, isso é inclusão digital”, ressalta.

Sem preconceito
Apesar de ser uma indústria já consolidada no mundo e em expansão, grande parte da população ainda vê os jogos digitais de maneira negativa. Segundo Teixeira, a reação de negação perante aos games tem haver com a falta de compreensão e distanciamento da ferramenta. “A negação, muitas vezes, tem um caráter de preconceito. A única forma de abrir uma nova visão sobre esses recursos tão presentes na vida da gurizada é metendo a mão na massa”, salienta. Relacionando com a questão da educação, o professor lembra uma citação do filósofo Umberto Eco que diz “a tecnologia é água morro abaixo”, isto é, não será a proibição do professor que irá segurar os games. “Se nós, profissionais da educação, não pararmos e observarmos com o olhar desprovido de preconceito, não vamos conseguir. Será uma eterna luta contra aquilo que não adianta lutar, que é água morro abaixo” finalizou.

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