O cinema é sempre uma releitura de alguma história, que geralmente mostra mais sobre um momento contemporâneo do que sobre aquilo que ele retrata de fato. Mesmo assim é uma ferramenta de ensino eficiente e que precisa ser dominada pelos professores para que possa produzir os efeitos desejados. Discutir de que forma pode ser feita essa abordagem está entre os objetivos do VI Ciclo de Cinema “O Cinema Revisto pela História” que iniciou na noite de terça-feira (17/04) na Universidade de Passo Fundo (UPF). Até esta sexta-feira (20) três temas serão utilizados como base para as discussões acerca do tema “Cinema e História Rio-Grandense”. O evento é organizado pelo curso de História e pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGH).
O coordenador desta edição do Ciclo, professor Alvaro Antonio Klafke, explica que o tema deste ano foi escolhido para tornar mais próximas as discussões que já vinham sendo feitas. “Nesse sentido foram escolhidos os três filmes para discutir algumas abordagens que a história do RS sofre a partir da linguagem cinematográfica”, destaca. O objetivo é discutir não somente os filmes em si, mas a abordagem metodológica que se pode ter ao usar o cinema como instrumento pedagógico. “Queremos discutir como, do ponto de vista teórico, é possível se utilizar o cinema em sala de aula e a partir dessa discussão sair com o conhecimento de como trabalhar com esse material”, reitera.
Atualidade
A primeira noite do ciclo contou com a palestra proferida pelo professor Gerson Fraga da UFFS. Ele abriu as discussões com uma reflexão acerca de suas próprias experiências. “Nem todo mundo tem a dimensão de que um filme é uma releitura. O filme, às vezes, diz muito mais sobre a sociedade em que a gente vive do que o período retratado”, observa. Mesmo assim, ele acredita que esta é uma ferramenta que deve ser utilizada e não ignorada. “Os alunos veem os filmes e vêm com as perguntas e a gente tem que estar antenado. Com a facilidade de acesso e a popularização das mídias, a gama de pessoas com acesso ao cinema é muito grande. Se não se usar essa ferramenta em sala de aula, é um espaço que vai ficar vago”, justifica.