A cotação de balcão da soja é a maior já registrada na história, aproximadamente R$ 55 a saca. Vários são os fatores que contribuem para essa valorização da commodity que vão desde o aumento da demanda a quebra na safra latino-americana que pode chegar a 20 milhões de toneladas em relação a expectativa inicial de produtividade. Neste cenário, os produtores veem uma possibilidade de diminuir o prejuízo, mas não a solução para os problemas com a lavoura em função da estiagem.
O preço praticado no balcão nesta época surpreendeu os agricultores. Muitos deles fecharam negócios entre setembro e outubro de 2011 com ofertas de R$ 51 para pagamento em 31 de maio de 2012, preços considerados excelentes para os negócios no mercado futuro. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo Cláudio Dóro no decorrer da safra é que o mercado começou a se definir. “Principalmente essa quebra acentuada na região sul mudou completamente a posição dos preços. No início do ano a soja estava cotada em R$ 43 e hoje está cotada em preço de balcão em torno de R$ 55. O acréscimo é de 28%”, destaca.
Além da quebra na safra outros fatores também contribuíram para esse aumento, como o fortalecimento das cotações do mercado internacional. No início do ano a soja estava cotada a US$ 11,63 ao bushel. Hoje o preço está em torno de US$ 14,42, um crescimento de aproximadamente 26%. “O dólar também tem auxiliado. Nos primeiros dias de janeiro estava cotado em R$ 1,69 e hoje está em R$ 1,883”, compara. A oferta restrita, principalmente devido a queda na produção da América Latina, considerando Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, é outro fator que contribui para a alta no valor. A produção deverá ser de 118,6 milhões de toneladas com uma quebra de aproximadamente 20 milhões de toneladas. A perspectiva de aumento da importação chinesa de 51 milhões para 57 milhões de toneladas também influenciou.
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