Para homenagear os trabalhadores neste feriado de 1º de maio, a equipe do Jornal O Nacional foi para as ruas conferir os desafios diários de diversos profissionais:
“Eu trabalho no dia do trabalhador. Trabalho há 30 anos aqui e meu grande desafio é levar e trazer esse carrinho todos os dias. Enquanto puder fazer isso vou continuar. Faço o serviço de casa e venho trabalhar. Tenho clientela certa. Não gosto de ficar caminhando, gosto de ficar parada aqui. Muitas pessoas acham que a gente não tem valor. O meu comércio é igual a qualquer outro, como uma loja. Temos que tratar bem o cliente. Depois que comecei a trabalhar aprendi muito, principalmente a lidar com o povo. As coisas ruins a gente nem faz questão de lembrar. Tenho várias amizades, todo mundo me quer bem e pessoas bem acima de mim conversam comigo. Me sinto feliz e realizada”.
Ilete dos Santos Mendonça - vendedora de churros
“O meu dia de trabalho é tranquilo. A gente chega e a primeira coisa que fizemos é limpar o posto. Quando chegam os carros fizemos o atendimento. Verificamos a água, o óleo, a calibragem dos pneus, limpamos o pára-brisa. Quando comecei a aprender foi difícil. Acredito que a presença feminina chama mais clientes, porque realizamos um bom atendimento. Mas às vezes sofremos preconceito. Já teve casos que pedi ao cliente se ele queria que eu desse uma olhada no óleo e ele respondeu que não. Segundos depois meu colega fez a mesma pergunta e o cliente disse que sim. Trabalhar é tudo, temos que ter uma responsabilidade. Sem trabalho a gente não vive e as mulheres não podem depender apenas dos maridos”.
Carine de Fátima de Almeida – Frentista
“O trabalho faz a gente se sentir útil e motiva a nossa vida. Quanto mais trabalharmos, mais vamos viver. Eu penso assim. Trabalho há 45 anos com pedra basalto. Eu sou o verdadeiro pedreiro, porque trabalho com pedra. Consegui criar minha família. Meus filhos vão se formar, tenho casa e carro. Para mim está bom. Eu trabalho desde os anos 70, a maioria das calçadas desta cidade foram eu e a minha família que construímos. Gostar da profissão é o segredo”.
Celso da Silva - autônomo
“Trabalhar significa muito na minha vida. Não vivemos sem o trabalho. Ele ajudou a pagar os estudos e a criar meus filhos. Trabalho como empregada doméstica há 10 anos. Hoje em dia, apenas uma pessoa trabalhando não sustenta a família. Tenho orgulho da minha profissão. Gosto do que faço e trabalhar me satisfaz”.
Marisa Chaves de Paula - serviços gerais
“Agente de trânsito é uma das profissões essenciais para o bom andamento do nosso trânsito, mas muitas vezes não é bem quista. Muitos não gostam, mas sabem da necessidade. Sabemos da nossa responsabilidade perante a sociedade. É uma profissão de risco. Se todos os condutores dirigissem corretamente não haveria a necessidade de azulzinho. Trabalhar significa sustento e é uma terapia para passar o tempo. Às vezes, o trabalho ajuda a nossa mente. Gosto do que faço, mas confesso que já amei mais essa profissão. É igual um casamento: tem altos e baixos”.
Alexandre Assunção - agente de trânsito
“O desafio da minha profissão é conquistar o cliente e conseguir me deslocar com agilidade dentro do perímetro urbano. Está bem complicado. Se houvesse um corredor de ônibus facilitaria a vida de todos os motoristas. Trabalho com táxi desde 1992. Eu nasci para ser taxista. Gosto de me comunicar com as pessoas, gosto de trabalhar ao ar livre e conquistar novas amizades. Quando você trabalha com amor tudo flui. Meu pai era taxista e está no meu sangue. Já tentei outras profissões, mas não deu certo. Trabalho cerca de 12 horas para atender os meus clientes”.
Vilmar Nunes Roos – taxista
“As principais dificuldades da minha profissão são os endereços ilegíveis e os cachorros soltos. Eu gosto do que faço, porque meu serviço me deixa livre e posso trabalhar tranquilo nas ruas. Estou há 25 anos nessa profissão e já perdi as contas de quantas ruas eu conheço”.
Halley Borba – carteiro
“Eu costumo trabalhar no dia 1º de maio. O povo sai bastante, porque os ônibus são de graça. Não tem desafios na minha profissão. Trabalho aqui há 10 anos. Conheço muitas pessoas, faço muitas amizades. O pessoal mais me conhece do que eu conheço eles. Já vi várias histórias engraçadas nessa calçada”.
Naeli Kobieski – comerciante
“O desafio no dia-a-dia é o trânsito. Muitos passageiros não entendem os atrasos. Agora com as obras da Corsan temos que fazer alguns desvios. Os assaltos também são um desafio. Estamos correndo risco todos os dias e não podemos fazer nada. Trabalho há 32 anos nessa profissão. É gratificante porque faço com prazer, gosto muito da minha profissão. Me sinto bem, adoro trabalhar com as pessoas. Aprendemos muito com elas”.
Florenal Dias - motorista
“Nossa profissão é perigosa. Nunca sabemos quem ou o que vamos encontrar nas ocorrências. É uma profissão que me satisfaz e sou feliz no que faço. É bom atender a comunidade e ajudar as pessoas”.
Cristiano Zanotto Zotti - policial militar