Pesquisa de professor da UPF é premiada na Espanha

Rafael Frandoloso desenvolveu vacina que protege rebanhos suínos de infecção grave causada por bactéria

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Pesquisa de professor da UPF é premiada na Espanha
Rafael Frandoloso desenvolveu vacina que protege rebanhos suínos de infecção grave causada por bactéria
A pesquisa do professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Dr. Rafael Frandoloso recebeu o Prêmio Extraordinário de Doutorado na Universidade de León, na Espanha, como a Melhor Tese Doutoral do ano letivo 2011-2012. A tese eleita entre 38 pré-selecionadas foi desenvolvida ao longo de cinco anos e permitiu o desenvolvimento de uma vacina capaz de proteger os rebanhos suínos de uma bactéria que causa uma doença grave, conhecida como Doença de Glässer. Para concorrer ao prêmio, as teses doutorais devem ter sido aprovadas com menção de qualidade “cum laude” (qualificação máxima) por pelo menos quatro dos componentes da banca examinadora, que é formada por cinco pesquisadores.
Frandoloso desenvolveu in vitro diferentes antígenos vacinais. Mediante engenharia genética, foi possível desenvolver uma proteína recombinante presente na superfície da bactéria Haemophilus parasuis, conhecida como TbpA (Transferrin binding protein A) e, mediante técnicas avançadas de proteômica, purificar um grupo de proteínas nativas do H. parasuis com afinidade pela transferrina suína. A proteína TbpA, juntamente com a proteína TbpB, formam o receptor para a captação do ferro a partir da transferrina suína, sendo este receptor um dos fatores de virulência mais importante dessa bactéria.
H. parasuis causa graves problemas respiratórios e sistêmicos em animais acometidos. De fácil transmissão, essa bactéria é responsável por enormes prejuízos em rebanhos infectados. A partir do desenvolvimento dos antígenos, foi possível desenvolver diferentes formulações vacinais. Destas, uma obteve resultados excelentes, com níveis de proteção superior aos das vacinas existentes no mercado mundial. O professor da UPF é o responsável pela introdução desta linha de pesquisa no Brasil.
Contaminação
A bactéria pode ser transmitida pelo contato direto entre animais sadios e doentes e através do ar (distâncias curtas). Primeiro, H. parasuis coloniza as fossas nasais, migra para o ouvido médio, e posteriormente, atinge a corrente sanguínea, de onde se difunde pelo organismo. Clinicamente a doença pode se manifestar de diferentes formas: Poliserosite Fibrinosa (inflamações severas nas articulações, peritônio, pleura, pericárdio e meninges), Septicemia sem poliserosite, Miosite Aguda e Pneumonia Supurativa. “Um quadro especialmente agudo, com altos índices de mortalidade, ocorre quando o microrganismo é introduzido em rebanhos que nunca tiveram contato com o microrganismo”, explica o professor. A bactéria está presente em todos os países com suinocultura tecnificada e com produção intensiva de suínos.
Produção
A nova vacina está em fase final de registro em patente e já em negociação com alguns laboratórios europeus. O Dr. Elías-Fernando Rodríguez Ferri, diretor da tese doutoral do professor Frandoloso e catedrático da área de Sanidade Animal da Universidade de León, está conduzindo a parte burocrática do processo.
Prêmio Extraordinário 
A entrega do Prêmio Extraordinário de Doutorado na Universidade de León aconteceu no último dia 26 de abril na Universidade de León. O professor Rafael Frandoloso foi representado no recebimento do prêmio pelo codiretor da tese doutoral César-Bernardo Gutiérrez Martín. O prêmio é certificado pelo Ministério de Ciência e Inovação da Espanha. O grupo ao qual o professor da UPF se integrou tem mais de 25 anos de experiência em estudos com o Haemophilus parasuis e é um dos pioneiros no mundo.
Honra para a UPF
Para compartilhar a boa notícia, o professor Frandoloso foi recebido no último dia 30 de abril, pela Reitoria da UPF. Na oportunidade, os gestores cumprimentaram o pesquisador pela conquista. “Estamos honrados por um egresso da nossa instituição e atual docente ter conquistado esse prêmio”, afirmou o reitor José Carlos Carles de Souza, destacando a importância da pesquisa, com aplicação imediata, em uma área econômica tão importante como é a suinocultura.
Frandoloso realizou o intercâmbio acadêmico durante sua graduação na Universidade de León, oportunidade em que deu importantes passos para a realização do futuro doutorado e da pesquisa que está lhe rendendo prêmio. “Reafirmamos mais uma vez a importância dos programas de mobilidade acadêmica propiciados aos alunos e desejamos que eles possam valorizar a experiência internacional, assim como fez o professor Frandoloso”, observou o reitor. Participaram igualmente da recepção ao professor os vice-reitores de Graduação Neusa Henriques Rocha; de Pesquisa e Pós-Graduação Leonardo José Gil Barcellos; de Extensão e Assuntos Comunitários Bernadete Maria Dalmolin; e Administrativo Agenor Dias de Meira Júnior.
A pesquisa do professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Dr. Rafael Frandoloso recebeu o Prêmio Extraordinário de Doutorado na Universidade de León, na Espanha, como a Melhor Tese Doutoral do ano letivo 2011-2012. A tese eleita entre 38 pré-selecionadas foi desenvolvida ao longo de cinco anos e permitiu o desenvolvimento de uma vacina capaz de proteger os rebanhos suínos de uma bactéria que causa uma doença grave, conhecida como Doença de Glässer. Para concorrer ao prêmio, as teses doutorais devem ter sido aprovadas com menção de qualidade “cum laude” (qualificação máxima) por pelo menos quatro dos componentes da banca examinadora, que é formada por cinco pesquisadores.

Frandoloso desenvolveu in vitro diferentes antígenos vacinais. Mediante engenharia genética, foi possível desenvolver uma proteína recombinante presente na superfície da bactéria Haemophilus parasuis, conhecida como TbpA (Transferrin binding protein A) e, mediante técnicas avançadas de proteômica, purificar um grupo de proteínas nativas do H. parasuis com afinidade pela transferrina suína. A proteína TbpA, juntamente com a proteína TbpB, formam o receptor para a captação do ferro a partir da transferrina suína, sendo este receptor um dos fatores de virulência mais importante dessa bactéria.

H. parasuis causa graves problemas respiratórios e sistêmicos em animais acometidos. De fácil transmissão, essa bactéria é responsável por enormes prejuízos em rebanhos infectados. A partir do desenvolvimento dos antígenos, foi possível desenvolver diferentes formulações vacinais. Destas, uma obteve resultados excelentes, com níveis de proteção superior aos das vacinas existentes no mercado mundial. O professor da UPF é o responsável pela introdução desta linha de pesquisa no Brasil.

ContaminaçãoA bactéria pode ser transmitida pelo contato direto entre animais sadios e doentes e através do ar (distâncias curtas). Primeiro, H. parasuis coloniza as fossas nasais, migra para o ouvido médio, e posteriormente, atinge a corrente sanguínea, de onde se difunde pelo organismo. Clinicamente a doença pode se manifestar de diferentes formas: Poliserosite Fibrinosa (inflamações severas nas articulações, peritônio, pleura, pericárdio e meninges), Septicemia sem poliserosite, Miosite Aguda e Pneumonia Supurativa. “Um quadro especialmente agudo, com altos índices de mortalidade, ocorre quando o microrganismo é introduzido em rebanhos que nunca tiveram contato com o microrganismo”, explica o professor. A bactéria está presente em todos os países com suinocultura tecnificada e com produção intensiva de suínos.

Produção

A nova vacina está em fase final de registro em patente e já em negociação com alguns laboratórios europeus. O Dr. Elías-Fernando Rodríguez Ferri, diretor da tese doutoral do professor Frandoloso e catedrático da área de Sanidade Animal da Universidade de León, está conduzindo a parte burocrática do processo.
Prêmio Extraordinário A entrega do Prêmio Extraordinário de Doutorado na Universidade de León aconteceu no último dia 26 de abril na Universidade de León. O professor Rafael Frandoloso foi representado no recebimento do prêmio pelo codiretor da tese doutoral César-Bernardo Gutiérrez Martín. O prêmio é certificado pelo Ministério de Ciência e Inovação da Espanha. O grupo ao qual o professor da UPF se integrou tem mais de 25 anos de experiência em estudos com o Haemophilus parasuis e é um dos pioneiros no mundo.

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