Uma mãe abandonada pelo marido, cinco filhos, dificuldades financeiras para mantê-los, apelo ao pastor da igreja por ajuda. Assim começa a história do Lar Emiliano Lopes. E assim foi a história de Ivanir Dornel Pedroso, que aos três anos de idade, junto com três irmãos, vindos de Sarandi, chegava em Passo Fundo e era acolhida na casa do pastor Germano Domingos Zucchi, fundador do Lar. Essa história começou nos anos 1960 e segue até hoje mudando a vida de crianças e adolescentes que chegam, muitos, sem perspectivas, sem uma família, sem afeto. E encontram no Lar Emiliano Lopes o que realmente um “lar” deve oferecer: apoio familiar, carinho, abraço, perspectiva e incentivo para sonhar.
Mas essa história não pode ser contada sem saber como tudo começou, como foi a chegada de Ivanir e seus irmãos, as primeiras crianças do então Orfanato Lar Emiliano Lopes, no ano de 1963. “Nossa ida para Passo Fundo foi porque nosso pai havia nos abandonado sem casa e sem comida. Estávamos vivendo na casa uma tia que já tinha 12 filhos que viviam com um salário mínimo. Portanto, seria impossível ficar com mais cinco crianças. Minha irmã mais nova acabou sendo dada para adoção, pois era muito pequena. Para o Lar fomos eu e outros três irmãos, mas a ida foi através do Juizado, onde no termo de responsabilidade que o pastor Germano Zucchi assinou com minha mãe ficou acertado que quando ela tivesse um lugar para morar, nos levaria para junto dela novamente. E foi isso que aconteceu”, conta Ivanir.
Ela conta que lembra pouco de como eram as coisas quando chegaram em Passo Fundo. Aos três anos e meio de idade, ainda usava chupeta e não pesava sequer 15 quilos. “Na realidade a gente nem sabia o que estava acontecendo, apenas que iríamos ser atendidos por outras pessoas, porque não tínhamos onde morar e passávamos muita necessidade. Nossa mãe era tudo para nós e naquele momento seríamos afastados dela. Foi uma sensação de perda, mas diziam que seria para termos um futuro melhor “, lembra.
Conforme Ivanir, no tempo em que moraram no Lar, havia uma rotina a seguir. “O sistema era bastante rígido, mas dentro de nós sempre a esperança que tudo era para o nosso bem e que um dia voltaríamos a morar com nossa mãe. Como nós fomos os primeiros, deveríamos ser exemplos para todos os demais que aos poucos vinham chegando. Aprendemos valores, a ser pessoas corretas e a agradecer à Deus”, conta ela, que no ano de 1970, com quase 10 anos de idade, junto de seus irmãos, realizou o sonho de voltar a morar com a mãe. “Foi o dia mais feliz da minha vida voltar a morar com minha mãe, pois ela foi uma pessoa guerreira e muito correta, sabíamos que ela seria capaz de um dia ter sua própria casa, obtida por seu próprio esforço para ter seus filhos junto dela”, destaca.
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