Região debate o futuro da água

O Plano de Bacia está sendo elaborado há mais de um ano e estabelecerá normas quanto ao uso da água nas atividades econômicas

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O estudo realizado pela empresa Engeplus de Porto Alegre apontou que a redução de efluentes domésticos sem tratamento nas zonas urbanas e das cargas difusas originadas nas zonas rurais é um dos principais desafios da bacia do Alto Jacui. O resultado foi apresentado ontem, em Passo Fundo, durante a primeira audiência pública para definir os usos e a qualidade da água na região da bacia do Alto Jacuí, no Auditório da Faculdade de Medicina Veterinária da UPF.

Apenas sete municípios contam com coleta ou tratamento de esgoto. A falta de saneamento é a principal fonte de poluição das zonas urbanas. Na zona rural, o uso de agroquímicos e os dejetos provenientes da pecuária são as principais fontes poluidoras.

Ainda segundo o levantamento, cerca de 51% da área da bacia é utilizada para cultivos agrícolas, tendo como produção principal a soja, o milho e o trigo. A irrigação se destaca como principal uso da água, sendo responsável por 76% da demanda total (3.095 L/s). O segundo uso mais expressivo é a dessedentação animal, com 15% da demanda total, seguida do abastecimento público, com 5%, da aquicultura, com 3% e da indústria, com 1% da demanda superficial. As sub-bacias dos rios Jacuí-Mirim e Ingaí já apresentam comprometimento crítico da disponibilidade de água devido a irrigação.

Com base neste diagnóstico, a comunidade manifestou seus interesses em relação aos usos pretendidos. Conforme o estudo, a Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí apresenta água de boa qualidade. No entanto, conforme o técnico do Departamento de Recursos Hídricos (DRH) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) que faz o acompanhamento dos Planos de Bacias no Estado, Rafael Caruso Erling, a bacia possui problemas pontuais em decorrência das deficiências de saneamento básico e das atividades econômicas. “Temos alguns problemas como os coliformes e a poluição difusa nas áreas rurais que deverão ser levados em conta pelos usuários no momento de apontar os usos e a qualidade desejada na bacia”, enfatizou o técnico do DRH.

Segundo o presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí (Coaju), Claud Goellner, o resultado desse processo será o enquadramento que mostrará as ações que deverão ser implantadas para garantir a qualidade de água desejada. “Esse processo de planejamento dos usos das águas permitirá a manutenção das águas de boa qualidade e contribuirá para a solução de problemas identificados”, salientou Goellner.

 

Resultados

Os apontamentos feitos na audiência desta segunda-feira serão reunidos com as manifestações das outras regiões da bacia e serão computados pela empresa que fez o diagnóstico. A divulgação dos resultados será realizada no mês de junho. A bacia do Alto Jacuí possui uma área de 13.072 Km² e conta com uma população de 621.922 habitantes de 41 municípios. As outras três audiências serão realizadas em Cruz Alta (15/05), Salto do Jacuí (16/05) e Espumoso (17/05).

 

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