Sosa inaugura salas e vai ampliar atendimento

ONG, criada há 20 anos, atende 157 crianças que perderam seus pais para o HIV

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O Serviço de Orientação e solidariedade a Aids – Sosa – inaugurou ontem à tarde, duas novas salas no prédio do antigo quartel do exército. Parte do trabalho realizado pela entidade estava suspenso há sete meses em função da falta de espaço. Criada há 20 anos, a ONG atende atualmente 157 crianças que perderam seus pais para o HIV.

O problema surgiu em outubro do ano passado quando o Sosa teve de mudar do prédio da avenida Presidente Vargas, onde estava instalado há 10 anos, para duas pequenas salas no antigo quartel do exército. Sem espaço e estrutura adequada para receber as crianças, o projeto Crescer e Conviver, mantido desde 2001, teve de ser parcialmente suspenso. Através de uma parceria com a prefeitura municipal, a entidade manteve as duas salas antigas e  recebeu outras duas no mesmo prédio. Por aproximadamente 15 anos, o local serviu para depósito de medicamentos vencidos e apreendidos em operações policiais. Segundo o secretário de saúde, Jairo Caovilla, os produtos foram  encaminhados à Polícia Federal, que se responsabilizou pela destinação final.

As salas passaram por uma reforma geral. As crianças serão recepcionadas no Centro de Convivência. Um local amplo com brinquedos, livros,  mesas e  cadeiras. “Agora temos condições de ampliarmos nosso atendimento. Temos 63 mães, sendo que 25 delas são soropositivos. Vamos realizar um trabalho voltado para elas” disse a coordenadora Marlene Brites. Segundo ela, o problema de espaço chegou a colocar em risco o convênio mantido com a Ong alemã KNH, cuja sede fica em Porto Alegre. A Organização repassa anualmente ao Sosa aproximadamente R$ 84 mil. O recurso é investido na distribuição de cestas básicas para 39 famílias, na compra de vale-transporte e lanches doados durante atividades da entidade. “Felizmente conseguimos a renovação do convênio” comemora Marlene.

Durante a inauguração das salas, o público acompanhou um vídeo  sobre a trajetória da entidade em Passo Fundo. Desde o surgimento, no início da década de 90, até os dias atuais. “ Falar de Aids naquela época era caso de polícia. Nos reuníamos nas praças para conversar sobre o assunto” lembrou a coordenadora. O vice-prefeito, René Ceconello destacou a trajetória da Ong e disse ser um orgulho para a cidade ter pessoas envolvidas na luta pela vida.  

Pediatra do ambulatório DST Aids, Rosimari Guedes Zander lembrou que há sete anos não é registrado nenhum óbito de crianças por HIV no município. O dado, segundo ela, é fruto do acompanhamento permanente realizado pelas equipes. A médica destacou   ainda que o tratamento adequado da gestante reduz para 1% a chance de o  filho nascer soropositivo. “A Aids não tem mais prazo de validade como antigamente. É uma doença considerada crônica, mas o tratamento deve ser feito corretamente” comentou.

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